Médicos de todo o Brasil realizam mobilização a partir de hoje, Dia Mundial da Saúde, para alertar a população e as autoridades sobre as carências no serviço público de saúde. As entidades médicas estão engajadas no movimento Pró-SUS, que defende a valorização do Sistema Único de Saúde e do trabalho médico. De acordo com o conselheiro do CFM e coordenador nacional da Comissão Pró-SUS, Geraldo Guedes, na Semana Mundial da Saúde a categoria quer chamar atenção aos problemas enfrentados nos hospitais. “Temos problemas crônicos ligados à dificuldade dos pacientes conseguirem atendimento especializado. Isso é fruto de um sub-financiamento da saúde no Brasil, o SUS recebe investimentos aquém das necessidades, e de uma gestão que chega a incompetência”. O movimento é favorável à regulamentação da Emenda Constitucional 29, que ainda não foi aprovada no Congresso Nacional e, sem isso, há uma perda anual de R$ 20 bilhões no setor de saúde pública. Como forma de solicitar providências do Governo Federal, as entidades médicas elaboraram, em fevereiro deste ano, uma carta que já foi enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do ofício 0659/2008, fazendo cinco pedidos: um serviço público efetivo na área de saúde, com gestão competente e financiamento adequado; melhor estrutura para melhor atendimento. A categoria listou ainda o reajuste nos honorários de tabela do SUS – Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM); salário mínimo profissional de R$ 7.503,18 por 20 horas de trabalho e implantação do Plano de Salários para médicos atuantes no SUS. Os trabalhos de valorização do SUS e do trabalho médico começaram em novembro do ano anterior. Segundo Geraldo Guedes, no dia 17 de abril a categoria vai fazer uma manifestação na Câmara dos Deputados. Ouça matéria sobre a mobilização.