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Conselho Federal de Medicina

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O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA) classificou como “absurdos” e “surrealistas” os casos de furto dentro dos hospitais públicos e particulares. A oftalmologista Nedy Neves, segunda-secretária do órgão, disse que a entidade tem conhecimento de casos em que médicos são saqueados dentro de unidades de saúde, mas também existem investigações contra alguns destes profissionais, suspeitos de furtar aparelhos e medicamentos de hospitais e clínicas. A oftalmologista explicou que, apesar de não ser competência direta do Cremeb fiscalizar roubos contra médios e pacientes nas unidades de saúde, o órgão já encaminhou para a Secretaria de Segurança Pública pedidos de solução, mas nunca obteve resposta. Já quando médicos são apontados como autores, o conselho instaura inquéritos para apurar. Nedy Neves disse ainda que o Cremeb realizou um levantamento em 11 hospitais públicos do estado e detectou que estes estabelecimentos necessitam reformulações gerais, inclusive na área de segurança. A secretária do Cremeb, que também é professora universitária de ética médica, finalizou dizendo que se sente “indignada” e “chocada” com os furtos e roubos que vêm ocorrendo dentro nos hospitais, estabelecimentos onde o respeito e a ética deveriam ser primordiais. Vítimas – Profissionais de saúde e empregados dos hospitais que trabalham na área de limpeza e em setores administrativos também são vítimas constantes dos ladrões. Um dos exemplos foi o caso da auxiliar de enfermagem Maria auxiliadora Pereira de Souza dos Santos, que depois de esquecer R$170 no bolso do jaleco, pendurado no banheiro dos funcionários do Hospital Geral do Estado (HGE), não encontrou mais o dinheiro ao retornar poucos minutos depois. O episódio aconteceu em março de 2006. Já a enfermeira Samira Sampaio Cury Lima, 41, teve talões de cheques levados de dentro de sua bolsa, trancada no armário da sala de enfermagem do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Já a assistente social Eneida Bezerra Andrade teve todos os documentos, cartões, folhas cheque, dinheiro e pertences pessoais furtados da bolsa, que estava trancada no armário da enfermaria do HGRS, no último mês de dezembro. O que mais chamou a atenção da vítima foi o fato de a fechadura e o móvel não terem sido arrombados, como se o ladrão tivesse usado uma cópia da chave. Já no HGE, a vítima foi a fisioterapeuta Virgínia Coelho de Sant’ana Amorim, cujo celular foi furtado sobre a mesa de uma sala de atendimento, enquanto ela cuidava de um paciente. Até quem deveria garantir a segurança dos hospitais acaba virando alvo dos ladrões. O vigilante Jorge Luís Sousa Sacramento, 29, teve o celular levado enquanto trabalhava na portaria do Hospital Português, no dia 6 do mês passado. O agente de portaria do Roberto Santos Valdemar Gomes da Silva, 40, responsável por controlar o acesso de pessoas à unidade de saúde, teve o telefone celular furtado depois de esquecê-lo no setor de raios-X, em junho do ano passado. Código do Consumidor prevê ressarcimento Apesar de os hospitais particulares não adotarem a prática em relação a pacientes roubados dentro de suas instalações, as unidades médicas têm obrigação de ressarcir os prejuízos materiais das vítimas, segundo o advogado Marcelo Neves, coordenador do Procon. Ele explicou que essas instituições privadas têm responsabilidade civil pela guarda dos bens dos pacientes, porque existe uma relação de consumo quando uma pessoa paga por um serviço de saúde. Segundo Neves, um paciente que tenha sofrido um furto dentro de um hospital particular e não conseguir ser ressarcido por meio de um acordo amigável pode ingressar com uma ação judicial contra a unidade médica. Ele explicou que as vítimas podem entrar com uma representação por perdas e danos em um dos cinco juizados especiais de Defesa do Consumidor existentes em Salvador. Se o prejuízo dos bens roubados totalizar o valor de até 20 salários mínimos, não é preciso advogado, mas caso o montante seja maior, é necessário contratar um profissional. Já no caso de vítimas furtadas dentro de hospitais públicos, a ação judicial tem que ser ingressada junto a uma Vara de Fazenda Pública, por ser contra o estado e não existir uma relação de consumo direta. Neste caso, o advogado do Procon aconselha a só entrar com processo se o prejuízo for alto, porque geralmente as ações são demoradas. Polícia cobra maior colaboração de hospitais A polícia informa que vem atuando nos casos de furto dos hospitais, investigando e prendendo autores, mas necessita de uma maior colaboração das administrações dos hospitais. Os delegados avaliam que os centros médicos têm que investir mais na vigilância interna e melhorar a parceria com os órgãos de segurança pública para combater com maior eficiência a ação dos ladrões. O delegado Antônio Jackson de Oliveira Paixão, plantonista da 10ª Delegacia (Pau da Lima), que atua na área onde fica localizado o Hospital São Rafael, reclama da falta de colaboração da administração da unidade com a polícia. O delegado informou que várias vezes solicitou, por meio de ofício, as imagens do circuito interno de câmaras para apurar queixas de furto nas dependências do São Rafael, mas nunca obteve sequer uma resposta. Oliveira Paixão apresentou os documentos enviados ao hospital, com os pedidos das imagens, mas a gerente de hotelaria da unidade, Jane Honrado, no cargo há cerca de quatro meses, alega nunca ter recebido as solicitações. Em um dos últimos casos de furto, ocorrido no dia 28 de dezembro, a administração do hospital prometeu enviar as gravações onde um suspeito é flagrado pelas câmaras, mas até agora a polícia não as recebeu, prejudicando as investigações. O delegado acredita que exista uma quadrilha atuando dentro do hospital. Já a delegada Patrícia Nuno, titular da 14ª Delegacia (Barra), que cobre a região onde ficam os hospitais Português e Espanhol, acredita que as unidades médicas têm que investir mais em segurança para evitar a ação dos ladrões. Ela também recomenda que as instituições capacitem melhor profissionais como vigilantes e porteiros, oferecendo treinamentos, além de adquirir equipamentos de segurança eletrônica. Mas a delegada ressalta que essas implementações são muito caras e os estabelecimentos acabam adiando. Prisões – Patrícia Nuno lembra que, no caso das instituições de saúde particulares, a segurança interna é atribuição própria, feita por vigilantes. Explicou que a Polícia Civil tem a obrigação de investigar os crimes posteriormente, para identificar os autores e prendê-los. Um exemplo de integração entre a segurança pública e os estabelecimentos privados foi a captura de Wiliames Soares Santos, 27, flagrado quando arrombava, com uma chave de fenda, o armário da enfermeira Dilma Maria dos Santos, dentro do Hospital Português. O mesmo ladrão já tinha sido preso anteriormente, quando furtava o notebook (computador portátil) de um médico da clínica Núcleo de Oncologia da Bahia, em Ondina. Policiais da 14ª DP prenderam também Daniel Conceição de Assis, depois que ele arrombou e furtou a CPU de um computador da sala de atendimento do Hospital Espanhol, sendo flagrado por funcionários. Outro bandido especializado em furtar em clínicas e hospitais já foi preso duas vezes na delegacia da Barra. Silvio Roberto Reis de Jesus foi flagrado quando estava na sala da diretoria da Clínica de Olhos Leitão Guerra, no bairro da Graça, mas como não tinha roubado nada, acabou liberado. Nove dias depois, foi preso em flagrante ao roubar documentos e pertences de um fisioterapeuta, em uma clínica na Barra. Seguranças do Hospital Roberto Santos flagraram Manoel Félix do Nascimento, 49, quando tentava sair da unidade com vários medicamentos, no dia 28 de dezembro passado. O acusado foi encaminhado para a 11ª Delegacia (Tancredo Neves), onde contou que entrou com facilidade na HGRS e furtou os remédios na enfermaria do 2ª andar. Ele admitiu ainda já ter praticado furtos em quase todos os hospitais de Salvador, sendo os medicamentos os seus alvos principais, mas também confessou ter levado objetos e equipamentos dos estabelecimentos médicos. O ladrão acabou autuado em flagrante pela delegada Cristina Velloso, plantonista da unidade. Direção de unidades reconhece deficiências As direções dos hospitais admitem deficiências nos sistemas de segurança e informaram que vão investir no setor, para controlar melhor o acesso de pessoas nas unidades e aumentar a proteção ao patrimônio dos pacientes, funcionários e de seus próprios bens. As diretorias do Espanhol, Português, São Rafael e um dos coordenadores da Secretaria de Saúde do estado, Fábio Teixeira, divulgaram seus projetos para contratação e capacitação de profissionais e na aquisição de novos equipamentos de segurança. A direção do Hospital Espanhol informou, por meio de nota, que conta com uma equipe própria de cerca de 40 profissionais de segurança, divididos em dois turnos, para fazer o controle de entrada de pessoas e vigiar os diversos setores. Possui ainda cofres instalados em parte dos apartamentos para os pacientes guardarem seus pertences e evitarem o roubo. A administração do Espanhol não revelou quantos quartos ainda não dispõem do cofre, mas afirma que estenderá o equipamento para os que ainda não têm. A unidade dispõe também de um circuito interno de câmeras que monitoram áreas comuns e setores administrativos. Mas, apesar do aparato de segurança e dos recursos humanos, ainda continuam ocorrendo furtos em várias áreas do hospital. Sigilo – Já a diretoria do Hospital Português afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que tem conhecimento dos casos de furto que ocorrem no interior da unidade. A administração acrescentou que pretende ampliar o número de câmeras nos setores e aumentar o controle da entrada de pessoas, com um incremento na vigilância. Mas a direção da unidade não informou de quantos profissionais dispõe nem outros detalhes sobre as ações de segurança, alegando tratar-se de assunto confidencial. Jane Honrado, gerente de hotelaria do Hospital São Rafael, que abrange o setor de segurança, explicou que dispões de 52 profissionais da área, atuando em turnos, para controlar a entrada de cerca de sete mil pessoas diariamente. Os vigilantes ficam posicionados nas portarias e realizam rondas internas. Ela admitiu que o sistema interno de TV está obsoleto, mas que já estava previsto no seu plano de ação de segurança a instalação de um moderno circuito de câmeras até o fim deste ano. A administradora acrescentou que já está fazendo orçamento para instalação de cofres nos 330 apartamentos. A unidade médica pretende ainda capacitar os profissionais de segurança. O diretor administrativo da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), Fábio Teixeira, disse que gasta cerca de R$1,3 milhão mensalmente com contratação de vigilantes para todos os hospitais administrados pelo órgão. Nas duas maiores unidades da capital, existem cerca de cem seguranças, sendo 44 no HGE e 60 no Roberto Santos, atuando nas portarias, guaritas e fazendo rondas pelos setores. Funcionários têm que estar fardados e identificados com crachá para entrar, e as visitas para pacientes são cadastradas previamente. Teixeira admite deficiências graves no sistema interno de TV nas duas unidades hospitalares e espera poder investir na segurança os cerca de R$270 mil economizados com a contratação de mão-de-obra no último contrato. Pacientes e acompanhantes também são vítimas Pacientes e seus acompanhantes são roubados com freqüência, na maioria dos grandes hospitais de Salvador. Internados para tratamento, atendidos temporariamente na emergência ou apenas fazendo exames, os doentes são alvo dos ladrões, que furtam dinheiro e todo tipo de pertence. Em muitos casos, as vítimas trancam os objetos de valor dentro de armários dos apartamentos, saem para serem submetidos a um exame e, quando retornam para o quarto, tudo foi saqueado. A professora Gilvaneide Galdino Fernandes da Silva foi uma das vítimas, enquanto acompanhava o marido Bartolomeu Santos, internado no Hospital São Rafael por causa de um tumor no cérebro, em fevereiro do ano passado. Ela deixou a bolsa na mesa do quarto 305 A, onde estava seu companheiro, e foi solicitar uma autorização do plano de saúde para ele fazer um exame. Ao retornar para o apartamento, a carteira tinha sido furtada de dentro da bolsa. Como o marido de Gilvaneide não estava falando e enxergando direito por causa da doença, ele não tinha como identificar o ladrão. Acrescentou que procurou o responsável pela segurança várias vezes, para saber se o hospital tinha identificado algum suspeito, mas nunca obteve retorno da unidade e sequer foi ressarcida pelo prejuízo financeiro. A administradora de empresa Andrea Pimentel passou por um caso semelhante, no mesmo hospital. Internada para tratar-se de lúpus, ela teve o porta-cédulas com todos seus documentos pessoais e cartões bancários, além do celular, furtados do armário do apartamento onde estava, depois de ser levado por uma auxiliar de enfermagem para fazer um exame. Câmeras – O que chamou a atenção da administradora foi que o armário do quarto não parecia ter sido arrombado ou violado. A fachadura foi aberta, os pertences roubados e depois, o armário foi novamente trancado. No caso de Andrea, as câmeras do sistema interno de segurança flagraram um homem desconhecido entrando tranqüilamente no quarto, e depois saindo em menos de um minuto, levando os objetos dela, sem ser incomodado por ninguém. Casos como este se repetem com freqüência no São Rafael e em vários outros hospitais de Salvador. No Português, até o pai de um policial militar foi vítima dos ladrões. O PM Josemar Soares dos Santos contou na 14ª Delegacia (Barra) que seu pai, José Gonçalves dos Santos, teve o relógio, cerca de R$150 e todos os documentos roubados, quando uma funcionária da unidade médica trocava os lençóis do apartamento 246, onde estava internado. Enquanto acompanhava o avô no Hospital Português, a universitária Carol Ferreira de Andrade, 22, teve o celular furtado na sala de espera da UTI, quando o colocou sobre uma mesa. Já a costureira Maria das Neves da Silva, registrou uma queixa na 6ª Delegacia (Brotas), narrando que seu filho Márcio Silva Ramos teve o celular roubado quando era submetido a um exame de raio-X, no setor de radiologia da unidade, no ano passado. Equipamentos O patrimônio dos hospitais também é roubado com freqüência. Em alguns casos, a audácia dos ladrões chama a atenção da polícia, como no furto de um aparelho de TV do Hospital Espanhol, em maio do ano passado. O supervisor de segurança da unidade, Jorge Luiz Queirós da Silva, registrou a queixa na 14ª Delegacia (Barra), depois que uma auditoria interna não conseguiu identificar o ladrão. Ainda no Hospital Espanhol, a supervisora de telefonia Márcia Pontes Novaes prestou queixa na mesma delegacia depois que um telefone móvel foi roubado dentro do centro cirúrgico. A funcionária admitiu que são comuns furtos de telefones da unidade, tanto de aparelhos móveis como fixos. Médicos que atuam no HGE, que preferiram não se identificar, contaram que constantemente são roubados estetoscópios e até glicosímetros – pequeno aparelhos usados para medir a glicose no sangue. Fonte: Correio da Bahia (BA), em 18/02/2008.

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