O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) realizou uma fiscalização surpresa na manhã deste terça-feira (22) no pronto-atendimento da Praia o Suá, em Vitória, e constatou diversas irregularidades. Dentre as mais graves apontadas pela comissão estão casos de pacientes internados há mais de uma semana. Uma pessoa só pode permanecer dentro de um PA por 12 horas. Há também caso de paciente com suspeita de tuberculose em área de isolamento, sendo que nesse tipo de local não pode ter área isolada. O presidente do CRM-ES, Fernando Costa, declarou ser absurdo um pronto-atendimento realizar atendimentos atribuído a um hospital. Segundo ele, o CRM fará um relatório e encaminhará ao Ministério Público e a Prefeitura de Vitória para que providências sejam tomadas. “É inadmissível que uma prefeitura como a de Vitória, com o orçamento que tem, não possua um leito hospitalar próprio para ofertar a seus munícipes. Já passou da hora dela assumir a gestão plena da saúde. Se quer que o PA da Praia do Suá seja um hospital, então que se funcione como um hospital municipal e não um pronto-atendimento. No Brasil, 16 capitais possuem hospitais próprios”, declarou Fernando Costa. A médica cardiologista Samia Ronchi afirmou que a unidade de saúde se transformou em um hospital devido as complexidades de casos que chegam até eles. Por dia, de acordo com a cardiologista, são realizados mais de 200 atendimentos. Há médicos que estão pedindo exoneração, por conta da alta demanda. A demora no atendimento é uma das principais reclamações dos pacientes que procuram o PA da Praia do Suá. A aposentada Amélia Pereira da Silva tentava uma consulta para a filha desde a noite desta segunda. Nesta terça ela chegou às 08 horas na unidade e até às 11 horas não havia sido atendida. A Secretaria Municipal de Saúde de Vitória reconheceu o problema de internação de pacientes na unidade. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, há pessoas que chegam a ficar mais de uma semana internada por falta de vagas em hospitais da rede estadual. O problema já foi repassado, de acordo com a assessoria, para o Ministério Público e Conselho Regional de Medicina. Fonte: www.gazetaonline.com.br