Se faz parte da missão dos Conselhos de Medicina colaborar com os gestores públicos na busca de soluções para a melhoria da assistência à saúde da população, o Cremeb cumpriu ontem mais um dever de casa ao apresentar, ao secretário estadual da Saúde, Jorge Solla, o relatório das visitas a 11 hospitais de Salvador e do interior da Bahia entre os meses de outubro e dezembro de 2007. Como noticiado na última edição do Jornal do Cremeb, o CRM baiano iniciou no dia 16 de outubro uma inspeção a hospitais que estão comumente na mídia, graças a denúncias, tanto de pacientes, quanto dos médicos, de baixos salários, más condições de funcionamento, déficit de pessoal, etc. Estruturas antigas, superlotação, queixas de falta de isonomia salarial por parte dos funcionários foram alguns dos problemas detectados durante as visitas. A conselheira Nedy Cerqueira Neves fez a exposição do quadro encontrado pelos conselheiros – que se dividiram em seis Grupos de Trabalho – em 11 unidades: Hospital Geral do Estado (HGE), Hospital Roberto Santos, Hospital Ernesto Simões, Hospital São Jorge, Maternidades Tsylla Balbino e Albert Sabin, Hospital Juliano Moreira, Hospital João Batista Caribé, Hospital Menandro de Farias, Hospital Clériston Andrade (Feira de Santana) e Hospital Regional de Ilhéus. As visitas efetuadas pelo Cremeb estão de acordo com a Portaria nº 37/07, que estabelece a fiscalização das condições de trabalho dos principais hospitais públicos de Salvador. O secretário Jorge Solla disse que o “diagnóstico” feito pelo Conselho é fiel à realidade, mas atribuiu a situação a uma série de fatores, entre os quais, sucateamento da rede ao longo dos anos, carência de recursos humanos e baixa capacidade de gestão em algumas unidades. O superintendente de Atenção à Saúde da Sesab e ex-presidente do Sindimed, Alfredo Boa Sorte, também presente no encontro, lembrou que o Brasil é um dos países que menos investem em saúde no mundo e que o setor sofrerá mais ainda com a extinção da CPMF. Também culpou parte dos trabalhadores pelo descompromisso com a saúde pública. “Só a questão salarial não resolverá a falta de motivação”, exemplificou. Fonte: Cremeb