A Lei Orçamentária Anual reduziu, em 2020, a previsão de investimento autorizada para a rede pública
O investimento autorizado para o Ministério da Saúde na Lei Orçamentária Anual de 2020 atingiu o menor patamar em 18 anos. São R$ 4,3 bilhões previstos neste ano para construção, ampliação e reforma de unidades de saúde e compra de equipamentos, segundo dados o ciais do Sistema Integrado de Administração Financeira, analisados pelo Conselho Federal de Medicina. Para se ter uma ideia da queda, os investimentos autorizados já foram de R$ 18 bilhões, há oito anos, em 2012.
Para o conselheiro federal e coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, Adriano Freire Meira, a retração dos recursos disponíveis para investimentos aponta para um cenário de precarização ainda maior na assistência. “A repercussão desses números se materializa concretamente na
falta de leitos, de equipamentos, de radioterapia, de quimioterapia e de outros serviços fundamentais”, pontua.
Escassez – Com recursos escassos, lamenta Meira, menos unidades de saúde serão dotadas de infraestrutura e equipamentos em quantidade e qualidade su cientes para prover saúde à população. Embora a economia já dê sinais de reação, o conselheiro acredita que as dificuldades deverão continuar em 2020.
“As previsões para este ano não são favoráveis porque a receita projetada é suficiente apenas para cobrir parte dos gastos obrigatórios e fechar o ano com o menor déficit possível”, avalia. Para ele, se não houver um esforço para priorizar a saúde nas contas públicas, “a população brasileira certamente será ainda mais prejudicada”.
O levantamento considerou todas as despesas que contribuem para a formação ou aquisição de um bem físico, como ampliação, construção, conclusão de obra ou compra de equipamentos. A análise também levou em conta os valores constantes, isto é, atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período.
Confira a evolução dos investimentos no gráfico abaixo.