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Formação médica, mercado de trabalho e sistemas de saúde público e suplementar: estes são os quatro eixos temáticos ao redor dos quais acontecerão os debates no XIV Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem), a ser realizado nos dias 29 e 30 de junho, em Brasília (DF). Após cinco anos desde a última edição, o evento volta a acontecer com a participação de representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Federação Médica Brasileira (FMB) e Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR).
Durante os dois dias do Encontro, que acontecerá no auditório da Associação Médica de Brasília (AMBr), são esperadas cerca de 400 pessoas. “Promoveremos um debate consistente sobre as necessidades e as prioridades da população e do movimento médico, indicando, ao final, diretrizes que nortearão o posicionamento das entidades médicas durante os próximos anos”, destacou José Hiran Gallo, presidente do CFM.
Ao final do evento, será encaminhado às autoridades sanitárias um relatório com contribuições do movimento médico para a formulação de iniciativas de defesa da saúde e da medicina. “Historicamente, a união das entidades médicas tem sido fundamental para obter conquistas importantes. Por isso, esperamos que ao final deste evento alcancemos um resultado exitoso, que reflita o trabalho profícuo e o engajamento das lideranças médicas. Nosso objetivo será construir propostas concretas e convergentes aos interesses da classe e da sociedade”, enfatizou Alceu Pimentel, conselheiro federal do CFM e coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS.
Temas – O primeiro eixo temático do evento indicará a situação do aparelho formador de futuros médicos. Atualmente, há 389 escolas médicas no Brasil, que oferecem mais de 42 mil vagas apenas no primeiro ano de curso. Além do excesso de escolas, entre os problemas que preocupam as lideranças, estão a insuficiência dos ambientes de práticas e a fragilidade dos sistemas de avaliação dos estudantes e de acreditação dos cursos de medicina no País.
No período da tarde, outro tema de destaque no evento será a criação de uma carreira de estado para o profissional que atua no Sistema Único de Saúde (SUS); a adoção de uma política de financiamento adequado para o SUS; e a diversidade de modelos de gestão dos sistemas de saúde.
A inserção do médico no mercado de trabalho; os problemas decorrentes da precarização dos contratos de trabalho; a defesa do Ato Médico (Lei 12.842/2013); e a remuneração dos profissionais, inclusive dentro da modalidade de atendimento por Telemedicina, estarão na discussão da manhã de sexta-feira (30).
Durante a tarde de sexta-feira, o debate se voltará para a aspectos relacionadas à saúde suplementar, especialmente quanto à remuneração, à chamada “pejotização” e ao desequilíbrio na relação entre médicos e operadoras de planos de saúde.