São Paulo – O balanço do Programa Nacional de Controle da Dengue, criado em junho 2002, é positivo, mas não há perspectivas de erradicar o mosquito transmissor em longo prazo. A única solução é intensificar e manter as ações de combate à doença. As afirmações foram feitas hoje (10/03), em São Paulo, pelo diretor de Gestão da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Fabiano Pimenta, ao abrir a reunião Macrorregional Sudeste de Avaliação do Programa. “Saímos de um patamar de quase um milhão de casos de dengue, em 2002, para 100 mil casos, em um país que tem condições climáticas altamente favoráveis ao vetor e, por conseqüência, à transmissão”, destacou Fabiano Pimenta. Para ele, os resultados obtidos no combate à dengue mostram que as estratégias implementadas até então, como campanhas de conscientização da população sobre as medidas de prevenção e o uso de inseticidas contra o Aedes aegypti, têm alcançado e até superado as metas propostas. Em 2004, foram registrados em todo país 107.168 casos de dengue, uma redução de 69,04%, em comparação com os dados de 2003. Como não é possível erradicar o mosquito causador da dengue, as ações serão mantidas neste ano para que as infestações fiquem em níveis baixos. No entanto, será necessária uma forte campanha sobre o controle da transmissão da doença nas novas administrações municipais, que tomaram posse no início do ano. “Muitas secretarias municipais de Saúde mudaram seus gestores. Por isso, eles precisam inteirar-se do Programa Nacional de Controle da Dengue para garantir a continuidade das ações”, disse Pimenta. Atualmente, uma das cidades que causam preocupação é Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, onde houve 70 casos de dengue neste ano, dos quais 62 contaminados na própria cidade. “Qualquer aumento de transmissão da dengue em qualquer município brasileiro preocupa. Nós já temos articulações da Secretaria estadual de Saúde de São Paulo, junto da Secretária municipal de Saúde de Ribeirão Preto, com o objetivo da intensificar as ações de controle para que se reverta rapidamente a tendência de aumento no número de casos, e nós não tenhamos epidemias de grandes proporções”, disse ele. Pimenta lembrou que foram “extremamente importantes” para alcançar os resultados atuais de combate à doença as recomendações mais simples do programa, de cuidado com vasos e pratos de água das plantas, tampas sobre caixas d’água e pneus, latas e vidros que possam armazenar água em quintais. Fonte: Agência Brasil – Radiobrás