Os dados epidemiológicos mais recentes de infecções respiratórias; a atual cobertura vacinal do Programa Nacional de Imunizações (PNI); os mitos e verdades da imunização infantil para covid-19; e a morbidade pós-covid em crianças e adolescentes foram os pontos discutidos na mesa redonda sobre o cenário atual das infecções respiratórias, realizada durante o II Fórum Virtual de Pediatria do CFM. Realizado em 12 de agosto de 2022, o evento foi transmitido ao vivo pelo canal do CFM no YouTube.
A primeira conferência foi ministrada pela pediatra Andréa Silva do Amaral, membro da Câmara Técnica de Pediatria do CFM. A médica apresentou dados epidemiológicos de infecções respiratórias ocorridas recentemente, destacando que, inicialmente, houve redução de todos os vírus respiratórios no primeiro e segundo anos da pandemia, com crianças pouco sintomáticas, mesmo na sazonalidade.
Já a pediatra, patologista e conselheira federal licenciada, Natasha Slhessarenko, abordou o PNI e atual cobertura vacinal no País. “A vacinação é um direito constitucional e um dever da proteção coletiva”, ressaltou, lembrando que doenças antes erradicadas, com a não vacinação estão voltando a causar morbidade e mortalidade. “Antes da autonomia, é importante a solidariedade, o respeito ao outro, questão de princípios morais, responsabilidade e justiça social”, defendeu.
O pediatra Juarez Cunha ressaltou o valor da imunização, enfatizando que as vacinas são consideradas a maior conquista no campo da saúde pública. “As vacinas proporcionam prevenção e promoção da saúde, tanto para o indivíduo e, em especial, para a coletividade”. Ele lembrou que as vacinas evitam aproximadamente 3 milhões de mortes ao ano em todo o mundo e contribuíram com aumento de aproximadamente 30 anos na expectativa de vida do brasileiro.
Eduardo Jorge, pediatra e conselheiro regional de Pernambuco, reforçou que milhares de crianças e adolescentes foram hospitalizadas por Covid-19 e cerca de 3.000 morreram no Brasil. Durante sua fala, ele defendeu que “o aumento da cobertura vacinal em crianças será fundamental para o efetivo controle da pandemia”.
Impacto devastador – “As evidências atuais, existem recomendações sólidas para a vacinação em crianças e adolescentes. O impacto oculto da pandemia na infância foi muito mais devastador e pouco valorizado. Os órfãos, os prejuízos educacionais, o impacto nutricional e, especialmente, as consequências emocionais requerem indignação e luta de todos os pediatras na tentativa de minimizar os danos. É imperioso garantir a vacinação das crianças”, concluiu Eduardo Jorge.
Para o coordenador da Câmara Técnica de Pediatria do CFM, Donizetti Giamberardino, a pandemia se tornou um grande inimigo desconhecido, que causou um enorme estresse moral em toda a sociedade. “Foi uma verdadeira guerra e não podemos olhar para traz. É preciso reconstruir as conquistas, entre elas voltar à ampla cobertura vacinal, retomando a credibilidade das imunizações e evitando sua a hesitação. O conhecimento traz a luz!”, finalizou.