A pesquisa CFM/Datafolha revelou os itens que, no entendimento dos brasileiros, apresentam maior dificuldade de acesso no âmbito do SUS. São eles: médicos especialistas (74%); cirurgias (68%); internação nas UTIs (64%); exames de imagem (63%); atendimento de profissionais não médicos, como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas (59%); e procedimentos específicos (diálises, quimioterapia, radioterapia etc.), com 58%.
Por sua vez, os serviços de saúde com avaliação mais baixa (péssimo ou ruim) foram: internação em leito de UTI (29%); atendimento em pronto-socorro ou UPA (23%); consultas com médicos especialistas (23%); atendimento em posto de saúde (22%); internações em leitos comuns (21%); realização de cirurgias (19%); e consultas com médicos em posto de saúde (18%). O serviço mais bem avaliado foi a oferta de vacinas.
A análise dos dados sugere ainda que, de forma geral, a percepção de mau atendimento decorre de problemas registrados ao longo do processo, como o tempo de espera para ter uma resposta do SUS para uma demanda encaminhada. Essa é a visão de 24% dos entrevistados, que na pesquisa apontaram – de forma estimulada – a principal razão para o mau atendimento. Também são vistas como vilões nesse processo a falta de recursos ¬ financeiros para o SUS (15%) e sua má gestão administrativa e operacional (12%). Questões como falta de médicos (10%) e dificuldade para agendar consultas, cirurgias e procedimentos (10%) completam o ranking.
Porém, a pesquisa dá outras pistas sobre o peso da espera na vida do paciente e de seus familiares, dando maior lastro às críticas direcionadas ao SUS quando se fala sobre acesso a uma consulta, cirurgia ou exame. Na semana das entrevistas (9 a 16 de maio), 39% declararam estar aguardando algum tipo de atendimento na rede pública – valor nove pontos maior do que o registrado em pesquisa semelhante realizada pelo CFM em 2014.