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Para ajudar no esclarecimento da população sobre os riscos e benefícios da vacina da febre amarela e facilitar aos médicos o acesso a informações objetivas, claras e concisas sobre a doença e uma de suas principais formas de prevenção, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nessa segunda-feira (27) duas sínteses com uma série de informações sobre o tema. Os quadros abordam, inclusive, verdades e mentiras relacionadas a esse tipo de vacinação.
Trata-se de um alerta que pretende ajudar no esclarecimento das famílias que, muitas vezes, têm dúvidas sobre como agir em caso de vacinação de crianças e adolescentes. O trabalho, baseado no documento Febre Amarela: nota informativa – produzido pelo Departamento Científico de Imunizações da SBP, orienta, em especial, os pais e os responsáveis sobre os cuidados que devem ser tomados com crianças e adolescentes na vacinação contra a febre amarela. “A SBP tem se posicionado em relação a todos os temas que envolvem a saúde da criança e neste momento de surto de febre amarela não poderia deixar de orientar os colegas pediatras, bem como a população de como se proteger frente a este agravo”, observa o dr. Renato Kfouri, presidente o do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Recomendações – “Esse é um documento que consolida o máximo de informações possíveis, prático, de fácil leitura e com informação densa”, comenta a dra. Tânia Petraglia, membro do DC de Imunizações da SBP. De acordo com os especialistas, é importante que a população saiba em que circunstâncias não é recomendada tomar uma dose da vacina.
Isso não deve acontecer, por exemplo, quando a criança tiver com menos de seis meses de idade; for portadora de algum quadro de imunodeficiência (primária ou adquirida); esteja sendo submetida a terapias imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas, etc.), ao ovo e com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timona).
A SBP também chama a atenção para boatos que circulam em redes sociais ou outros meios de divulgação que podem causar sérios problemas. Entre as inverdades, que devem ser esclarecidas e ignoradas pela população, estão fatos como a suposta proteção extra que uma pessoa teria se tomasse duas doses da vacina. “É importante lembrar que idosos, grávidas e mulheres que amamentam precisam de orientação do médico assistente”, reforça a dra. Tânia.
Áreas endêmicas – Além do quadro com estes esclarecimentos gerais, a SBP disponibilizou ainda quadro com recomendações para a vacinação contra febre amarela para moradores de áreas endêmicas ou viajantes. Pelo consolidado, reitera-se que a vacina é indicada para crianças no esquema de duas doses aos 9 meses e aos 4 anos, bem como para aqueles que têm mais de 5 anos e já receberam uma dose antes dessa idade ou nunca foram vacinadas ou ainda não têm comprovantes de imunização.
“A vacina contra a febre amarela, assim como todas as outras vacinas, tem eventos adversos, que em geral são eventos brandos que as mães já estão acostumadas no seu dia a dia com a reação vacinal e que qualquer coisa que fuja do padrão que elas estão habituadas que procurem o atendimento médico. No mais, o que já estamos vendo é uma vacinação tranquila dentro do esperado”, destaca a dra. Tânia.
A tabela oferece ainda um detalhamento sobre o esquema adequado de vacinação para estes perfis. Também traz orientações sobre como a situação de adultos, incluindo idosos, gestantes e lactantes. “Nossa preocupação é contribuir para que os pais tenham tranquilidade para encaminhar seus filhos para vacinação. Não podemos permitir que informações sem comprovação científica, baseadas em suposições, impeçam o acesso da criança e do adolescente a esta importante arma de prevenção. Por outro lado, é preciso impedir que o medo ou a falta de orientação permitam que os responsáveis exponham seus filhos a situações de risco na tentativa de protegê-los”, disse a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva.
VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AMARELA – FIQUE POR DENTRO |
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SITUAÇÃO |
É VERDADE |
É MENTIRA |
Para evitar a doença é necessário tomar a vacina. |
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Devem tomar a vacina pessoas que vivem em áreas com recomendação, para as que se deslocam para essas áreas (tomar a vacina com 10 dias de antecedência) ou que viajam para países que exigem a vacinação para entrada no país (Regulamento Sanitário Internacional). |
X As doses deverão ser tomadas por pessoas que estão com o esquema de vacinação incompleto, ou seja, que não tomaram as duas doses recomendadas pelo Ministério da Saúde. Para adultos que tomaram a primeira dose há menos de 10 anos, também não há necessidade de adiantar a dose de reforço. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento. |
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A criança a partir dos 6 meses de idade pode tomar a vacina. Abaixo dessa idade não é recomendada. |
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Crianças menores de 2 anos não devem receber simultaneamente as vacinas febre amarela e tríplice viral. Deve-se respeitar o intervalo mínimo de 30 dias. |
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Mulheres em idade fértil vacinadas devem ser orientadas a não engravidar nos 30 dias seguintes à vacinação. |
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Mulheres que estão amamentando não devem receber a vacina até a criança completar 6 meses de vida. |
X. Sim, pois há possibilidade de transmissão do vírus vacinal pelo leite materno. Em caso de extrema necessidade de vacinação da nutriz, a amamentação deve ser suspensa por, no mínimo, 15 dias, sendo o ideal por 28 dias. Nesse período, a ordenha é fundamental para a manutenção do aleitamento materno, porém o leite ordenhado no período pós-vacinação não deve ser oferecido à criança. Recomenda-se que antes da vacinação, sempre que possível, a mulher ordenhe o seu leite e o conserve congelado por até 15 dias, podendo ser oferecido à criança no período em que ela não poderá mamar. |
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A vacina é válida por dez anos e possui 95% de eficácia. |
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A vacina contra febre amarela pode causar efeitos adversos. |
X Sim. Dor, eritema, enduração, febre, mialgia, cefaleia. Esses são os eventos adversos mais comuns a essa vacina. Entre as reações menos comuns, estão: hipotensão, choque, manifestações respiratórias e cutâneas, confusão mental, letargia, ataxia, afasia, parasia, sinais meníngeos, Síndrome íctero-hemorrágica são os eventos adversos da vacina da febre amarela. |
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Há pessoas para quem a vacina é contraindicada. |
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O médico pode orientar sobre a suspensão de medicação, em caso de criança que esteja tomando remédios e vá ser vacinada. |
X Sim. Cada caso deverá ser analisado pelo médico assistente. Pacientes com doenças crônicas devem ter autorização do médico assistente para liberar a tomar a vacina, justamente por conta do uso de medicamentos que podem deprimir o sistema imunológico e essas pessoas podem ter contraindicação à vacinação. |
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Se a criança tiver alguma reação após tomar a vacina, é preciso levar ao médico. |
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Pessoas com Lúpus, doença de Addison, artrite reumatoide, e outras doenças autoimunes relacionadas à tireoide e ao aparelho gastrointestinal, devem ser avaliadas pelo serviço de saúde antes da vacinação. |
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É preciso tomar a vacina em jejum |
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Calendário de vacinação das crianças sofreu alteração e passou a incluir a vacina de febre amarela |
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É preciso vacinar contra a febre amarela a cada 10 anos. |
X. Não se faz mais de 10 em 10 anos. Serão duas doses na vida da criança: aos 9 meses e aos 4 anos, a fim de obter uma melhor resposta imunológica. A estratégia de duas doses, adotada no Brasil pelo Ministério da Saúde, é segura e garante proteção durante toda a vida. |
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Mesmo tendo tomado as duas doses é preciso tomar uma nova dose de reforço. |
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Quem tomar mais de duas doses da vacina ficará mais protegido. |
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A febre amarela é uma doença contagiosa e pode passar de uma pessoa para outra. |
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A febre amarela silvestre é transmitida pelo Aedes aegypti. |
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Macacos e outros animais transmitem a febre amarela. |
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Grávidas e mulheres amamentando bebês com menos de 6 meses devem tomar a vacina contra a febre amarela. |
X Esse grupo, em princípio, NÃO deve tomar a vacina, pois há possibilidade de transmissão do vírus vacinal durante a gravidez e pelo leite materno. Em caso de extrema necessidade de vacinação da nutriz, a amamentação deve ser suspensa por, no mínimo, 15 dias, sendo o ideal por 28 dias. Nesse período, a ordenha é fundamental para a manutenção do aleitamento materno, porém o leite ordenhado no período pós-vacinação não deve ser oferecido à criança. Recomenda-se que antes da vacinação, sempre que possível, a mulher ordenhe seu leite e o conserve congelado por até 15 dias, podendo ser oferecido à criança no período em que ela não poderá mamar. Na gestante deve ser avaliado o risco e o benefício da vacinação. |
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Idosos acima de 60 anos podem se vacinar. |
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Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria