O presidente do CFM defendeu ainda em sua conferência – presidida pelo conselheiro federal Dalvélio Madruga –, o ético desempenho da Medicina por meio do engajamento em defesa das causas públicas, ou seja, lutando pela “erradicação do modo corrupto de fazer alianças político-partidárias, a extinção da cultura da impunidade e a promoção e manutenção da dignidade humana do nosso povo”
Mesa redonda – Representantes da Abem, da Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil (Aemed), Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem) e CFM debateram as implicações da Lei 12.871/13 na avaliação do ensino médico na graduação. A Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde foi convidada para integrar os debates, mas não compareceu.
A conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec), Valéria Góes Ferreira Pinheiro, também diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (FAMED/UFC), apresentou as principais recomendações que partiram dos fóruns estaduais e regionais de ensino médico, realizados este ano em julho e agosto com o objetivo de capilarizar as discussões sobre o tema.
Entre as principais recomendações que partiram das diferentes regiões do país estão: garantir investimento em formação e capacitação de docentes/preceptores; estabelecer que as avaliações seriadas sejam de fato formativas para o aluno e diagnósticas para as instituições, sem caráter classificatório ou de seleção para a residência médica; incluir na matriz curricular temas que abordem a vida política e sociocultural do país e instâncias de decisão do Estado Democrático de Direito, para a atuação cidadã; instituir critérios objetivos de mérito que visem a avaliação e valorização docente; e desaconselhar formalmente a abertura indiscriminada de novas vagas e cursos que não tenham a necessária infraestrutura.
Durante os debates, a diretora regional do Nordeste da Abem, Maria Goretti Frota Ribeiro, propôs que os participantes reflitam sobre o profissional que precisa ser formado e em quais locais. Colocou ainda para debate o grau de apoio no seu exercício profissional que o médico que trabalha em área remota deve ter, já que este é um dos fatores que contribuem para a fixação dele naquele local.
Para o representante da Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil (Aemed), Vinícius de Souza, é importante o espaço que está sendo dado aos estudantes no VI Fórum Nacional de Ensino Médico. Ele lembrou que o paciente é a finalidade primordial da formação médica. “Com tudo o que está acontecendo, temos que parar de aceitar as pautas do governo autoritário e interventor”, disse.
Para Renan Zaramella, representante do Denem, a avaliação tem um grande potencial de induzir mudanças, mas “deve ser vista não como diagnóstico punitivo, e sim como indutora de mudanças na estrutura social do ensino médico e na lógica política das escolas”.
Em nome do CFM, o secretário-geral Henrique Batista e Silva, enfatizou a participação dos estudantes e a importância de uma formação que inclua assuntos políticos e socioculturais. “As sociedades ocidentais são conduzidas pela democracia, pela sociedade civil, pelo arcabouço jurídico e também pela economia. A matriz curricular aponta que assuntos políticos e socioculturais devem ser enfatizados e acho importante entendermos que esses pontos socioculturais, abrangendo humanidades, são fundamentais para que não formemos médicos submetidos exclusivamente ao imperativo da ciência e tecnologia”.
O VI Fórum Nacional continua em Brasília até a sexta-feira (28). As discussões acontecem na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr) e reúne lideranças médicas, coordenadores de curso, professores e alunos.
Acompanhe ao vivo em: https://portal.cfm.org.br/ensinomedico/
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