Para a grande maioria dos paulistas, a Saúde brasileira e o Sistema Único de Saúde (SUS) não possuem uma avaliação positiva ou satisfatória. De acordo com pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha, 63% de 812 entrevistados do interior e da capital do Estado atribuíram notas abaixo de cinco à saúde como um todo. No que se refere ao funcionamento SUS, essa percepção de insuficiência é feita por mais da metade dos que foram ouvidos.

“Os números apenas confirmam a percepção dos médicos, dos profissionais da saúde e dos pacientes que todos os dias sofrem com as deficiências da oferta de serviços públicos no país. Fica evidente a fragilidade das políticas públicas para a área e os gargalos de gestão. Precisamos de tomada de decisões para evitar o desmonte do SUS e assegurar à população o atendimento que merece”, ressaltou Desiré Callegari, 1º secretário do Conselho Federal de Medicina (CFM) e representante de São Paulo na instituição.

Para ter acesso à integra da pesquisa, acesse este link

Metodologia – Os entrevistados fizeram avaliação da situação da saúde no Brasil e no SUS, usando uma escala de zero (péssimo) a dez (excelente). Este foi apenas um dos tópicos abordados pelo levantamento, organizado em parceria pelo CFM e Associação Paulista de Medicina (APM). Nos questionários, também foram abordados outros aspectos importantes relacionados à prestação de serviços em saúde, como o acesso, a qualidade do atendimento, o tempo de espera e a avaliação de alguns programas específicos, como o de distribuição de medicamentos e a Estratégia Saúde da Família.

Percepção dos paulistas sobre a saúde do BrasilPara obter uma fotografia fiel da percepção dos paulistas maiores de 16 anos, o Datafolha realizou uma pesquisa quantitativa, com abordagem em pontos de fluxo populacional. Foram ouvidas pessoas de todas as classes econômicas, sendo que a coleta ocorreu de 3 a 10 de junho, com abrangência do estado de São Paulo. A amostra é de 812 entrevistas foi dividida entre região metropolitana da Capital (47%) e municípios do interior (53%). A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

 

Má avaliação – Se considerado que o atendimento em saúde deve ter sempre o melhor resultado, pois qualquer outra hipótese é um potencial risco ao bem estar e à vida dos pacientes, os números do Datafolha são ainda mais preocupantes: 93% dão notas de zero a um máximo de sete à saúde. Essa avaliação se repete em 86% das entrevistas no caso do SUS. As notas dez se restringem a 2% para a saúde e a 5% para o SUS.

 

A maioria dos entrevistados também é crítica no que se refere à gestão do SUS. Em torno de 80%, o SUS não tem recursos para atender bem a todos. Também existe a percepção de que os consideram os recursos mal administrados e afirmam que a rede pública não consegue atender a todos com qualidade e igualdade de condições. Também têm a percepção de que a rede pública não possui todos os medicamentos necessários e que não é possível obter todos os remédios.

 Percepção dos paulistas sobre o SUS

“O grau de insatisfação é emblemático. Ele aponta o desejo da população por mudanças profundas na condução dos rumos do país. Fala-se muito em crescimento econômico, mas não vemos esses avanços anunciados se traduzirem em melhoras efetivas na oferta de serviços, como saúde e educação. Essa pesquisa deve gerar a reflexão na sociedade sobre os rumos a tomar”, afirmou o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.

Uso dos serviços – Outro ponto abordado pelo questionário aplicado pelo Datafolha junto à população de São Paulo são os problemas relativos ao acesso e à utilização dos serviços oferecidos pelo SUS. Os entrevistados foram investigados de forma estimulada, indagando-os se buscaram acesso e se utilizaram nos últimos dois anos os seguintes serviços do SUS: consultas com médicos; internações hospitalares; exames de laboratório (sangue, ultrassons, raios-X etc); atendimento de emergência em pronto socorro; cirurgias; procedimentos específicos (quimioterapia, radioterapia, hemodiálise etc); atendimento nos Postos de Saúde; remédios distribuídos gratuitamente pela rede pública e atendimento médico domiciliar da rede pública.

Dos entrevistados, 94% buscaram acesso a algum serviço do SUS nos últimos dois anos e 92% utilizaram algum serviço no mesmo espaço de tempo. Para todos os serviços, há uma parcela muito expressiva que avalia o acesso como difícil ou muito difícil. Somente três em cada 10 entrevistados consideram que foi fácil se submeter a cirurgias, o serviço que tem o acesso mais difícil. As avaliações de difícil e muito difícil somam 62% neste item, o que é gravíssimo, tendo em vista que um paciente necessitado de uma operação requer agilidade de resposta.

Grau de dificuldade – Os índices de difícil e muito difícil também ficaram em patamares preocupantes nos demais pontos: atendimento médico da rede pública em casa (47%); consultas com médicos (54%); atendimento de emergência em pronto socorro (52%); procedimentos específicos (43%); internações hospitalares (50%); exames de laboratório (47%); atendimento nos postos de saúde (47%); e remédios distribuídos gratuitamente pela rede (38%).

Nos resultados, chama a atenção o fato de cerca de 50% da população que buscou o serviço manifestar dificuldade para atendimentos nos postos de saúde, que deveriam ser justamente uma das principais portas de entrada do sistema. Também merece destaque negativo o índice de 50% que consideraram difícil conseguir uma internação, já que, conforme levantamento do CFM, cerca de 13 mil leitos foram desativados nos últimos anos. Além disso, o estudo mostra que quatro entre dez paulistas têm dificuldade de obter remédio, quando doentes.

Outro ponto preocupante apontado pela pesquisa encomendada pelo CFM e APM diz respeito à espera para marcação de consulta, exame etc. Só dois entre cada dez entrevistados conseguiram acesso em até um mês e 50% encararam espera de um a seis meses. O mais grave é que três em cada dez aguardam há mais de seis meses, sendo que metade deles relata ter ficado mais de um ano em filas.

Entre os que não utilizaram o SUS (8% do total), a percepção é principalmente de atendimento demorado no SUS, em contraposição com um atendimento mais ágil no plano de saúde. Com relação à qualidade, os entrevistados que utilizaram o SUS (89%) avaliaram a qualidade dos serviços. As avaliações insuficientes (de 0 a 7) ficaram em torno de 70%.

Para o presidente da APM, Florisval Meinão, o trabalho realizado é de alta pertinência por oferecer subsídios ao debate eleitoral. Em sua avaliação, apesar do foco que tem sido dado às questões econômicas, os números apontam a importância atribuída pela população paulista à saúde. “Estes números mostram que um dos problemas mais relevantes para a saúde é a questão do acesso. Chama atenção a dificuldade de acesso aos atendimentos em pronto-socorro, uma situação inaceitável, o que ocorre também nas consultas e nas cirurgias. Trata-se de uma deficiência grave no nosso sistema de saúde, um problema de gestão. Todo este quadro tem sido denunciado pelas entidades médicas, como distorções que devem ser corrigidas” disse.

 

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