Pacientes em macas e sem previsão de atendimento, corredores servindo de quarto de internação, falta de medicamentos e lixo espalhado. Esses são alguns dos problemas apurados durante a vista ao e que constarão em um relatório a ser entregue ao Ministério da Saúde e à OEA. Após a finalização do relatório, prevista para próxima semana, os conselheiros requisitarão a intervenção federal no sistema público de saúde do estado, tendo em vista que o próprio governo estadual declarou estado de calamidade pública na saúde há mais de dois meses e o quadro de caos no setor não foi alterado.
No entanto, para o 2º vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriça, que acompanhou a vistoria e a reunião com a governadora, a intervenção federal na saúde do estado é uma solicitação que, a partir de agora, passará a integrar a pauta das entidades regionais de medicina. “O que encontramos é uma incapacidade local de resolver o problema. O governo municipal está em processo de fechamento das unidades de saúde, de não ter hospitais para dar resposta a essa crise. O governo estadual decretou estado de calamidade pública na saúde. Então, precisamos que o governo federal faça uma co-gestão da resolução dos problemas que constatamos”.
“Já esgotamos todas as medidas administrativas e até jurídicas para resolver a questão. Agora vamos buscar uma solução fora”, afirmou Jeancarlo Fernandes, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (Cremern). Na próxima semana, a comissão deve convocar, em Brasília, uma coletiva com correspondentes estrangeiros para comunicar oficialmente os crimes que são cometidos contra os cidadãos potiguares nos hospitais públicos. “A ideia de trazer a comissão à Natal ocorreu em virtude das graves violações que os direitos dos cidadãos têm sofrido, particularmente na assistência a saúde”, completou Geraldo Ferreira, presidente do Fenam.
Fotos: Sindmedrn