Dois milhões de habitantes no Brasil já experimentaram o crack. Esta é a estimativa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, ligado ao Departamento de Psicobiologia
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O dado foi divulgado pela médica psiquiatra Ana Cecília Marques, durante a mesa redonda realizada pela manhã desta quinta-feira (25), no I Fórum Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais relacionados ao Uso do Crack, ocorrido no Conselho Federal de Medicina (CFM).
da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O dado foi divulgado pela médica psiquiatra Ana Cecília Marques, durante a mesa redonda realizada pela manhã desta quinta-feira (25), no I Fórum Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais relacionados ao Uso do Crack, ocorrido no Conselho Federal de Medicina (CFM). Anterior à palestra da doutora em Ciências, foi realizada a conferência sobre os modelos de tratamento aos usuários do crack, proferida pelo fundador e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da UNIFESP, Ronaldo Laranjeira. O psiquiatra mostrou iniciativas de atendimento aos usuários da droga adotadas no estado de São Paulo, com foco na combinação de várias estratégias terapêuticas de reconhecida evidência científica em um mesmo ambiente de internação.
Os dilemas éticos e clínicos na assistência também foram discutidas pela manhã, em palestra do coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria do CFM, Emmanuel Fortes. Na avaliação do 3º Vice-Presidente do CFM, “a obediência às portarias ministeriais é o principal dilema ético na assistência aos usuários de crack, pois elas contrariam a lei e o que determina o Código de Ética Médica”. O conselheiro chamou a atenção para a Resolução 1.834/08, que disciplina o sobreaviso médico. 
De acordo com a norma do Conselho, “a obrigatoriedade da presença de médico no local nas vinte e quatro horas, com o objetivo de atendimento continuado dos pacientes, independe da disponibilidade médica em sobreaviso nas instituições de saúde que funcionam em sistema de internação ou observação”, o que não ocorre nos Centros de Atenção Psicossocial a Usuários de Álcool e Drogas – dispositivos que assistem a esses pacientes, nos municípios.