Mais da metade dos médicos formados no AC não atua no estado. Levantamento realizado pelo CFM mostra que quase 63% dos profissionais optam por trabalhar em unidades de saúde de outras regiões do país, após a graduação.
Os dados foram apresentados pelo presidente do CFM em entrevista concedida à Rede Amazônica, durante a visita a Rio Branco. De acordo com o diretor, um dos principais motivos para que os médicos sigam para outras regiões é a falta de estímulos para garantir a permanência deles nos hospitais do estado acreano.
O levantamento do CFM aponta também que, dos 240 médicos formados no Acre entre 2018 e 2021, 151 partiram para outros estados assim que se formaram. O número corresponde a mais da metade dos profissionais e é o maior percentual de evasão entre todos os estados brasileiros.
Faltam condições atrativas – “Oferecem um salário e, muitas das vezes, não pagam aquele valor para o médico. Queremos não só um bom salário, mas também condições de trabalho. É inadmissível, em pleno século 21, sermos agredidos nas unidades públicas, como aconteceu no Rio de Janeiro que uma pediatra foi agredida e ninguém fez nada. Como presidente do conselho, estou pedindo às autoridades melhores condições de trabalho, uma política pública palpável e mais atrativa para que nossos estados pobres tenham médicos constantemente”, destacou o presidente.
Segundo Hiran Gallo, faltam políticas públicas para incentivar esses profissionais a se manterem nos estados mais pobres, a exemplos do Acre, Rondônia, Roraima e outros. “É preocupante a situação, temos hoje 563 mil médicos no Brasil e, lamentavelmente, a maioria deles procura esses estados mais pujantes, onde tem condições de vida melhor com praia, cinema, teatro e é o que falta em nosso estado. Para que isso aconteça, não adianta só chegar e fazer promessas e não cumprir essas promessas”, lamentou.