A presença feminina na medicina é um avanço histórico e recente no Brasil, que vem crescendo a cada ano

Mérito: mulheres já representam 46% do total de médicos no Brasil e superam homens em três estados (foto: Mila Petrillo)

As mulheres representam 46% do total de médicos em atividade no Brasil, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em um universo de mais de 489 mil inscrições principais ativas, essa proporção sofre pequenas variações nas regiões. O Nordeste lidera com 47,3% de médicas inscritas nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), enquanto a região Sul ocupa a outra ponta, com 42,7%.

Em três unidades da Federação (UF), o número de mulheres médicas supera o de homens, e todas estão na região Nordeste. Na Paraíba e em Pernambuco, as mulheres representam pouco mais da metade da população médica (50,2% e 50,6%, respectivamente) e, em Alagoas, elas correspondem a 53% dos 4.800 registros no CRM. UF com o maior número absoluto de médicos em atividade (140.365), São Paulo concentra 29% do total de registros do Brasil, e nesse estado a proporção de mulheres se aproxima ao panorama nacional: 46,2%.

Ensino – Números do Censo da Educação Superior de 2016, edição mais recente do levantamento, mostram que as mulheres representam 57,2% dos estudantes matriculados em cursos de graduação, enquanto, na docência, elas são 45,5% de um total de 384.094 professores da educação superior em exercício.

O acesso das mulheres ao ensino superior no Brasil, no entanto, é uma conquista recente, que data do ­final do século XIX. Enfrentando proibições e preconceitos, as mulheres não desistiram e, mesmo ocupando um lugar separado na sala de aula, entraram na faculdade. A medicina foi o primeiro curso a ter uma mulher graduada.

Em 1887, a gaúcha Rita Lobato Velho Lopes concluiu o curso na Faculdade de Medicina da Bahia, caminho que começou a ser trilhado por Trotula de Salerno, codinome da primeira mulher diplomada em medicina, na Itália dos anos 1200. A primeira mulher brasileira a ter diploma de ensino superior, no entanto, foi Maria Augusta Estrela, que se formou em medicina nos Estados Unidos em 1882.

“Como mulher e ativista política, Rita Lopes teve a oportunidade de acessar os melhores níveis de estudo graças a um Decreto Imperial de 1879, que permitiu que a mulher frequentasse o ensino superior no Brasil, e ao apoio de sua família, gaúcha natural de Rio Grande. Vivenciou o avanço de muitos direitos femininos, como a possibilidade de voto a partir de 1932, exercendo com brilhantismo seu ofício”, destaca a conterrânea conselheira federal e diretora do CFM, Tatiana Giustina.

Superando os obstáculos socioculturais, hoje a probabilidade de que mulheres brasileiras concluam o ensino superior é maior do que a dos homens. Entre 25 e 34 anos, elas os superam em 42%, como indica relatório de 2019 da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Para as mulheres, desistir não é uma opção. Dedicamo-nos a tudo que nos propomos a fazer, somos multifacetadas e assumimos multitarefas com alto nível de exigência em todas elas. Enfrentamos cobranças e julgamentos desconhecidos pelo universo masculino. Mas seguimos conquistando espaço e respeito. Vamos em frente!”, ressalta a conselheira federal Natasha Slhessarenko, pediatra e doutora em patologia clínica que dirige serviços médicos em dois estados.

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