C Cerca de 300 pessoas, entre médicos, residentes, acadêmicos e autoridades, participaram de uma reunião ampliada com as entidades médicas nacionais, entre elas o Conselho Federal de Medicina (CFM). O encontro, que aconteceu na sede do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), no Rio de Janeiro (RJ), foi o primeiro de uma série de outros que ocorrerão pelo País e que têm como objetivo uniformizar as lutas médicas e as estratégias em defesa da medicina e da saúde da população.
Ao cumprimentar os participantes, o presidente do CFM, Carlos Vital, enfatizou que o encontro é um espaço para reflexões sobre os legítimos anseios da categoria. “Este é um movimento contínuo e que tem como plataforma a união indispensável dos médicos. Espero que, unidos, consigamos alcançar melhores condições e dignidade no trabalho médico além de, sobretudo, respeito àqueles que lidam com valores absolutos como a manutenção da vida e da saúde”.
Durante o encontro, também estiveram presentes representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), Federação Médica Brasileira (FMB), Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Academia Nacional de Medicina (ANM), além de diversas representações locais. Unidas, as entidades médicas colheram críticas, sugestões e denúncias dos profissionais, como a falta de recursos humanos em Unidades de Pronto Atendimento e as péssimas condições de trabalho no Hospital Federal de Bonsucesso.
Temas como a invasão de profissionais de outras áreas na perícia médica, os cursos de pós-graduação sem compromisso com a qualidade de ensino, a falta de insumos em algumas unidades e a situação dos médicos federais, que tiveram os salários defasados em 30% em relação aos demais profissionais de nível superior, desde a edição da Medida Provisória nº 568/12, também tiveram destaque no evento.
Amplitude – O encontro no Rio de Janeiro também marcou o lançamento do Movimento Nacional em Defesa da Medicina e da Saúde, que atuará em torno das principais demandas médicas junto às autoridades dos respectivos estados. Para Sidnei Ferreira, conselheiro federal pelo estado do Rio, o encontro teve um simbolismo histórico ao marcar o início de uma articulação que pretende colocar em prática as diretrizes aprovadas no XIII Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem). “Precisamos de estratégias e de mobilização. Conseguimos reunir aqui as entidades médicas nacionais e estaduais, mas no Brasil inteiro queremos fazer isso. Essa união é necessária e fundamental para exigirmos dos governos respeito e dignidade na medicina”, disse.
Na ocasião, estiveram presentes ainda a secretária municipal de Saúde, Ana Beatriz Busch, além do secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, que se comprometeu a atuar junto ao Ministério da Saúde, por exemplo, pela ampliação da atenção básica, especialmente nos municípios do interior do estado.
As lideranças médicas nacionais também zeram uma visita ao corpo clínico do Hospital Federal de Bonsucesso para discutir o futuro da unidade. O hospital, que teve a sua diretora exonerada no início deste ano a pedido dos servidores da unidade, passa por um episódio de degradação, com superlotação, desabastecimento, déficit de pessoal, entre outros graves problemas.