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O Conselho Federal de Medicina (CFM) elevou as discussões do XV Fórum Nacional de Ensino Médico com a realização de mesa dedicada ao tema “Excelência na formação dos médicos”. O debate ocorreu na tarde desta quarta-feira (31), na sede da autarquia, em Brasília (DF), e reuniu especialistas de diferentes áreas da educação médica para refletir sobre os pilares fundamentais que sustentam uma formação de qualidade para os futuros profissionais da medicina no Brasil. A mesa foi moderada pelo conselheiro federal Eduardo Jorge da Fonseca Lima e teve como secretária a conselheira federal Maíra Pereira Dantas.

A professora Nara Vasconcelos Cavalcanti, professora da faculdade Albert Einstein, abriu a mesa com a palestra “Infraestrutura, cenários de prática supervisionada e tecnologias emergentes: pilares essenciais para a excelência na formação médica”. Nara destacou que a infraestrutura na formação médica vai além dos prédios e equipamentos. Ela defendeu uma visão ampliada, que envolve recursos humanos qualificados e ambientes de prática que respeitem a complexidade da jornada do paciente.

 

Nara também fez um alerta sobre o uso das tecnologias emergentes, como inteligência artificial, realidade virtual e simulação realística, ressaltando que “não se trata mais de uma escolha, mas de uma realidade irreversível”. Para ela, a adoção dessas ferramentas deve estar aliada ao pensamento crítico e à capacidade de raciocínio clínico dos estudantes. “Precisamos aprender a usar as tecnologias a nosso favor, sem perder o essencial: a relação com o paciente e a construção do conhecimento clínico”, afirmou.

 

Outro ponto central de sua fala foi a valorização da preceptoria, considerada “o coração da formação prática médica”. Ela reforçou que o preceptor precisa ser capacitado continuamente, ter tempo dedicado ao ensino e ser exemplo para os estudantes. “Não basta gostar de ensinar. É preciso formação contínua, empatia e capacidade de avaliação construtiva”, concluiu.

 

 

Pesquisa – Em seguida, a professora Lydia Masako Ferreira, titular emérita de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) falou sobre “A pesquisa científica como ferramenta de transformação na formação médica”. Para Lydia, a pesquisa não é um complemento, mas parte fundamental do processo formativo. “Ensinar medicina sem pesquisa é ensinar a repetir. Ensinar com pesquisa é formar para transformar”, enfatizou.

 

Ela apresentou dados e experiências que demonstram como a iniciação científica contribui para o amadurecimento dos estudantes, desenvolvendo habilidades metodológicas, pensamento crítico, foco e identidade profissional. Lydia também destacou que alunos que participam de projetos de pesquisa têm mais chances de ingressar e concluir com sucesso programas de mestrado e doutorado.

 

“Sem pesquisa, haverá um vácuo na prática clínica do futuro médico. É pela pesquisa que o profissional se torna capaz de interpretar evidências científicas e tomar decisões adequadas para cada paciente”, afirmou.

 

 

Competências humanas – Encerrando a mesa, a professora Eliana Martorano Amaral, professora da Unicamp, abordou o tema “Comunicação efetiva, liderança médica e trabalho interprofissional”. Com ampla experiência nacional e internacional em educação médica, Eliana ressaltou que a formação de um médico exige mais do que conhecimento técnico: requer o desenvolvimento de valores, identidade profissional e habilidades interpessoais.

 

Segundo ela, competências como empatia, comunicação não violenta e liderança colaborativa devem ser ensinadas e vivenciadas ao longo do curso. “A educação médica é um bem público e, como tal, precisa formar profissionais comprometidos com a sociedade. Comunicação e trabalho em equipe são indispensáveis para um cuidado integral e humanizado”, pontuou.

 

Eliana também alertou para os desafios da supervisão prática em contextos com grandes turmas e poucos docentes: “Supervisionar não é acompanhar dez alunos ao mesmo tempo. Isso precisa ser repensado. É essencial garantir a proximidade com o aluno e o feedback contínuo”.

 

Compromisso com o futuro – A primeira mesa do XV Fórum Nacional de Ensino Médico revelou um consenso entre os especialistas: excelência na formação médica depende de investimentos em infraestrutura, valorização da pesquisa e promoção de competências técnicas e humanas. O CFM reforça seu compromisso com o aprimoramento contínuo do ensino médico no Brasil, oferecendo espaços de diálogo e reflexão como o Fórum Nacional, que se consolida como referência nesse debate.

 

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