Os palestrantes da mesa “Educação médica, atenção primária e adesão ao tratamento” demonstraram preocupação com a falta de adesão dos pacientes às indicações médicas. A primeira palestra, apresentada por Karla Freire Rezende, teve como tema “as principais complicações do diabetes: o desafio do cuidado multidisciplinar tardio”.
Membro da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia do CFM, Karla apresentou dados alarmantes a respeito de comorbidades. “Hoje, um a cada três brasileiros vive com obesidade e até 90% dos pacientes com diabetes tipo 2 têm sobrepeso ou obesidade”. A médica ainda demonstrou que dislipidemia e hipertensão arterial também costumam estar associados ao quadro diabético. Por isso, uma abordagem multidisciplinar seria fundamental no tratamento do paciente diabético.
Em seguida, Milena Coelho Fernandes Caldato trouxe um dilema enfrentado por boa parte dos endocrinologistas: por que o paciente abandona o tratamento? De acordo com as pesquisas apresentadas pela integrante da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia do CFM, até metade dos diabéticos brasileiros abandona ou não adere adequadamente ao tratamento. “Isso ocorre, principalmente, em pacientes crônicos; eles se habituam a conviver com os sintomas e se sentem desmotivados”, afirma Milena. Para contornar o quadro, a especialista indica a educação do paciente. “Não adianta apenas prescrever, o médico precisa conduzir o diabético à emancipação e à autonomia”, conclui.