Com o tema Sistema público de saúde e o acesso ao especialista em pediatria, o Conselho Federal de Medicina realizou, nesta quarta-feira (14), o IV Fórum Virtual de Pediatria do CFM. Transmitido pelo canal da autarquia no YouTube e também pela plataforma Zoom, o encontro foi aberto pelo coordenador da Câmara Técnica que discute a especialidade médica, Donizetti Dimer Giamberardino. A solenidade de abertura ainda foi prestigiada pelo presidente do CFM, José Hiran Gallo, e pelos conselheiros Jeancarlo Cavalcante, Alexandre Rodrigues, Dilza Ribeiro, Carlos Magno e Alceu Pimentel.

Segundo Giamberardino, a iniciativa do Fórum busca tratar sobre as dificuldades de acesso da população ao médico pediatra em diferentes graus de complexidade. “Já fizemos uma discussão sobre a atenção primária e, nesse momento, vamos nos dedicar a segmentos de especialidades dentro da pediatria, no que tange às crianças com necessidades mais específicas e especiais”, indicou o conselheiro.

A importância do cuidado com a saúde da criança também recebeu destaque nas palavras do presidente do CFM, José Hiran Gallo. Ele pontuou que “a saúde infantil é a base de uma sociedade saudável”. Como ação necessária para a qualificação do atendimento a essa população, apontou ser “fundamental” o investimento na formação e atualização contínua dos pediatras, garantindo que tenham ferramentas e conhecimentos necessários para oferecer o melhor cuidado possível.

Indicadores – A primeira mesa do Fórum tratou sobre o tema indicadores de saúde em pediatria, abordando aspectos como mortalidade infantil no Brasil e sua epidemiologia. A apresentação foi conduzida por Karin Regina Luhm, professora Adjunta do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR). De acordo com ela, entre as metas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2030 está acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos e de crianças com até 5 anos.

Também são metas desse projeto a redução da mortalidade neonatal para 12 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos e da mortalidade na infância para 25 óbitos a cada 1.000 nascidos vivos. Analisando esse fenômeno no Brasil, Karin Regina Luhm destacou que os índices vêm diminuindo no País, mas ressaltou que a “queda tem sido menor na última década e ainda distante do que ocorre em países desenvolvidos”.

Ainda como parte da mesa sobre os indicadores de saúde, o fórum analisou o plano de ação adotado no país para o combate à sífilis. A pediatra e neonatologista Margareth Martins Portella, representante da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, destacou a preocupação com o aumento do número de casos de sífilis entre mulheres grávidas.

Também membro do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremerj), ela apontou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou um crescimento de 28% dos casos da doença nesse segmento nos últimos dois anos, em escala global. Na sequência, o evento passou à discussão sobre o seguimento de pacientes egressos de unidades críticas, sob a coordenação de Ana Alice Amaral Ibiapina Parente e Rubens Trombini Garcia, membros da Câmara Técnica de Pediatria do CFM.

Ações da sociedade  As políticas públicas para reabilitação no Sistema Único de Saúde (SUS) foram abordadas na palestra de Clóvis Boufleur, especialista em saúde pública e assessor parlamentar. Ele apontou os dispositivos legais que tratam da proteção à saúde e também ressaltou propostas de organizações e movimentos da sociedade relacionadas à defesa da saúde da criança e da prevenção de agravos na infância. Como principal meta dessas instituições, Boufleur destacou a preocupação com o crescimento da prevalência do sobrepeso e da obesidade infanto-juvenil e a busca pelo aumento dos índices de aleitamento materno.

Ainda na primeira fase do Fórum, a experiência com unidades assistenciais para egressos de UTI neonatais foi o tema da apresentação de Mara Lúcia Schmitz Ferreira Santos. Coordenadora do Programa Bebê de Risco da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Mara Lúcia relatou os resultados da parceria entre a Prefeitura da capital paranaense e o Hospital Pequeno Príncipe.  Pediatra e neurologista, ela detalhou o funcionamento do projeto que oferece cuidados pré, peri e pós-natais.

Ana Beatriz Proença Tarran relatou os resultados alcançados pela AACD na reabilitação dos pacientes infantis

Encerrando as apresentações da manhã, a médica fisiatra Ana Beatriz Proença Tarran, da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), fez uma exposição sob o tema “Experiência em centros de reabilitação em pediatria”. Na conferência, relatou o trabalho desenvolvido pela entidade onde atua, que proporciona aos pacientes diversas modalidades terapêuticas. Entre as medidas que resultaram no êxito da iniciativa, ela apontou a importância atribuída ao encaminhamento precoce de pacientes para centros de reabilitação e a oferta de acompanhamento médico especializado.

A íntegra do IV Fórum Virtual de Pediatria está disponível no canal do CFM no YouTube. Assista abaixo às palestras do encontro.

 

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