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Como deve atuar um emergencista em áreas remotas, diante de catástrofes naturais ou em situação de guerra? As respostas para essas questões foram debatidas na última atividade do IV Fórum de Medicina de Emergência, realizado na sede do CFM, em Brasília, no último dia 17. Durante a mesa “Medicina de Emergência em situações específicas”, especialistas e professores apresentaram várias situações em que a atuação do emergencista é a diferença entre a vida e morte do paciente.

O vídeo do IV Fórum de Medicina de Emergência já está disponível na internet e pode ser assistido AQUI.

Medicina de Guerra – “O que é o melhor para este paciente agora?”, esta é a pergunta que todo médico deve fazer, principalmente àqueles que trabalham em situação de guerra, levando em consideração que nem sempre o profissional ideal estará disponível, o cenário será perfeito e o tempo será suficiente. Esse foi o ensinamento do emergencista e especialista em medicina de combate Thiago Braga, que falou sobre o tema “Medicina de Emergência em situações de conflito armado”.

Em sua fala, ele explicou como funciona o TCCC, que é um conjunto de diretrizes e protocolos desenvolvidos para tratar feridos em ambientes de combate, integrado a intervenções médicas com a realidade tática e operacional, e defendeu um melhor aproveitamento, no mundo civil, do regramento militar. “Muitos dos protocolos usados em guerras, podem ser usados em áreas remotas, por exemplo”, argumentou.

“A medicina de emergência pediátrica” foi o tema da palestra dada pela professora adjunta do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Patrícia Miranda do Lago, que apresentou um quadro de como a área de atuação cresceu no Brasil e no mundo e o que leva as famílias a levarem suas crianças aos hospitais.
No geral, as famílias procuram os centros hospitalares devido ao acesso rápido ao diagnóstico, à resolubilidade, ao aumento da complexidade das doenças e, também, por que a urgência é a rota mais fácil para hospitalizar as crianças. “No Brasil, outro fator que contribuiu foi a retirada dos pediatras da atenção básica”, afirmou Patrícia Miranda.

Diante do cenário do aumento da procura por emergências pediátricas, a palestrante elencou os principais desafios enfrentados pelos emergencistas: superlotação, preparo técnico, incertezas clínicas, sobrecarga de trabalho e comunicação com as famílias. “Cabe a nós, reforçar a necessidade de formação em emergência pediátrica. Quanto maior a capacitação do médico, melhor ele saberá lidar com tantos desafios”, afirmou.

A coordenadora do Comitê de Áreas Remotas da Abramede, Millena Gomes Pinheiro da Costa, falou de sua experiência para se especializar nessa área e das potencialidades brasileiras para este tipo de médico. Millena explicou que a medicina em área remota pode ser definida como o atendimento médico em locais longe de centros urbanos, onde o resgate ou a evacuação é de difícil acesso, podendo demorar horas ou dias. O médico também deve estar habilitado a tratar qualquer tipo de patologias, a depender do ambiente.

“O foco deve ser o manejo e o atendimento do paciente em cenários adversos, até que ele seja transferido, o que pode demorar dias”, ensinou. “Além disso, os recursos são escassos, podendo o médico e o paciente terem de enfrentar condições ambientais extremas e o isolamento”, advertiu. Apesar dessas adversidades, ela afirmou que a área é promissora, já que o Brasil, além de possuir muitas áreas remotas, também é muito procurado para a prática de esportes em regiões de difícil acesso.

A última palestra foi dada pelo diretor-geral do Hospital das Clínicas de Bauru, Júlio César Garcia de Alencar, que falou sobre o tema “Otimizando as emergências: a importância do emergencista gerenciando o departamento de emergência”. Após fazer um diagnóstico das emergências brasileiras, que sofrem com falta de integração, por serem a porta universal do sistema de saúde, devido à variabilidade das competências e com a superlotação, Júlio Garcia defendeu que o médico emergencista, “por ser naturalmente vocacionado para liderar um departamento de emergência”, é o melhor especialista para comandar a principal porta de entrada dos hospitais.

“Quando temos um emergencista com o papel formal de liderança, temos uma integração real com a rede de assistência, a implantação de protocolos clínicos gerenciais e de indicadores assistenciais, o uso inteligente da tecnologia e da cultura de segurança e da melhoria contínua”, defendeu. Para sustentar sua posição de que o emergencista deve assumir o comando das emergências, ele citou a Resolução CFM nº 2.114/14, que criou a especialidade.

Ao final do IV Fórum de Medicina de Emergência, o coordenador da Câmara Técnica, Estevam Rivello, elogiou a qualidade dos debates e a parceria realizada com a Abramede, que permitiu aos participantes pontuarem na próxima prova para especialista. Também anunciou a realização do V Fórum, marcado para o dia 22 de abril do próximo ano.

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