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  1. 9O Conselho Federal de Medicina (CFM) deu início, nesta terça-feira (30), ao II Fórum da Câmara Técnica de Oftalmologia, em Brasília. O evento, que reúne especialistas, gestores e parlamentares, tem como foco discutir os desafios da saúde ocular no Brasil, em especial o avanço da miopia entre crianças e adolescentes, e a necessidade de ampliar o acesso a serviços oftalmológicos.

Na abertura, o presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, ressaltou a importância de proteger o ato médico frente a tentativas de invasão por outras profissões. Ele defendeu a aprovação do exame de proficiência em medicina, lembrando que a proposta conta com apoio de 90% dos médicos, 92% dos estudantes de medicina e 96% da população. “O povo brasileiro não quer mais médicos, quer mais qualidade”, afirmou. Gallo ressaltou que a questão da disponibilidade de médicos no Brasil não se deve à falta de profissionais, mas sim à carência de políticas públicas eficazes que garantam a distribuição desses profissionais em áreas mais remotas.

O coordenador da Câmara Técnica de Oftalmologia, Cleiton Cassio Bach, chamou atenção para a epidemia de miopia no país. Ele destacou que as crianças têm passado cada vez mais tempo em ambientes fechados, expostas a telas, o que agrava o problema. “Não é apenas sobre graus, lentes e colírios, é sobre o futuro de uma nação”, alertou. Bach defendeu a mobilização do poder público na criação de políticas que garantam espaços seguros e saudáveis para a infância: “Mais brincadeiras, mais sol e menos miopia”.

Panorama alarmante – No painel de abertura, a oftalmologista Tania Schaefer, presidente da Academia Brasileira de Controle da Miopia e Ortoceratologia (ABRACMO), classificou a miopia como “uma crise de saúde pública global e uma epidemia silenciosa”. Ela lembrou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2050 metade da população mundial será míope. A médica alertou para os riscos graves da condição, como glaucoma, descolamento de retina e maculopatia miópica, destacando que a doença não pode ser tratada apenas como um problema de correção com óculos.

Na sequência, a oftalmologista do Hospital São Geraldo – Hospital das Clínicas da UFMG, Luciene Fernandes, apresentou dados sobre o impacto da miopia e dos erros refrativos não corrigidos no mundo. Segundo ela, o Brasil tem 1,8 milhão de pessoas cegas e 29 milhões com deficiência visual moderada ou grave. “A falta de uma correção óptica adequada é a causa de mais de 53% dessas deficiências”, destacou.

Já o oftalmologista Alípio de Souza Neto abordou as complicações da miopia avançada e os riscos da ausência de acompanhamento após cirurgias refrativas. Ele reforçou que a retina dos pacientes míopes permanece frágil e suscetível a complicações, mesmo após procedimentos corretivos. “Paciente míope não pode sumir do consultório em hipótese alguma”, enfatizou.

Encerrando o painel, o debatedor Cristiano Caixeta Umbelino destacou que a fragmentação de debates prejudica a força da medicina. “Cada dólar investido em saúde ocular traz um retorno de 28 dólares. Não existe mercado financeiro que se compare à saúde da população”, afirmou, defendendo maior educação social sobre o tema. O painel foi presidido pela oftalmologista Maria Teresa Renó, membro da Câmara Técnica de Oftalmologia do CFM.

Acesso universal ao diagnóstico oftalmológico – Dando continuidade à programação, foi realizada uma roda de conversa dedicada ao acesso universal ao diagnóstico oftalmológico, presidida por Nazareno Barreto e secretariada por João Hélio de Souza, ambos conselheiros federais e membros da Câmara Técnica de Oftalmologia do CFM.

O oftalmologista Rodrigo Godinho destacou a importância de enxergar a miopia de forma ampla, para além do uso de óculos, defendendo soluções estruturais e não apenas campanhas. Ele apontou a necessidade de criar uma assistência em oftalmologia que seja duradoura e acessível. “Campanhas são pontuais e momentâneas. O acesso ao médico oftalmologista tem que ser universal. Precisamos de uma solução que seja um legado, que perdure”, defendeu.

Já o deputado federal e oftalmologista Eduardo Velloso ressaltou que a boa medicina deve prevalecer na busca por ampliar o acesso. “Não se trata do acesso a qualquer profissional, mas ao profissional que consiga prevenir e resolver as demandas da população”, afirmou. Ele destacou a dificuldade de fixar especialistas em cidades menores e defendeu que o fórum seja uma oportunidade de propor soluções concretas ao governo.

 

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