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Conselho Federal de Medicina

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou, nesta sexta-feira (30/8), o I Fórum da Câmara Técnica Angiologia e Cirurgia Vascular. O evento, organizado por sua Câmara Técnica que trata da especialidade, teve como tema central a Medicina Regenerativa.

Na abertura dos trabalhos, o presidente do CFM, Hiran da Silva Gallo, destacou a prioridade que a autarquia médica dá, na gestão atual, à aproximação com as entidades médicas para promover um ambiente mais colaborativo. “Os médicos querem ver a harmonia do sistema conselhal e associativo”, disse, enfatizando que a união de esforços possibilita que as entidades médicas concentrem-se em seu objetivo promover a saúde de qualidade para a população.

A coordenadora da Câmara Técnica (CT) de Angiologia e Cirurgia Vascular, Rosylane Rocha, destacou os esforços da câmara técnica para fortalecer a especialidade, defendendo as pesquisas científicas como essenciais para garantir que as práticas médicas sigam princípios éticos, técnicos e de qualidade.

Para Calógero Presti, membro da Sociedade Brasileira de. Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o objetivo da CT ao promover o evento é promover discussões que sobretudo ajudem a melhorar o atendimento dos pacientes no SUS.

Palestras – As palestras, com especialistas de todo o País, foram transmitidas por meio da Plataforma Zoom, e ao, vivo, pelo canal do CFM no YouTube. Dois painéis nortearam os debates: o primeiro, sobre aspectos clínicos e epidemiológicos, e o segundo sobre casos clínicos.

Sérgio Roberto Tiossi, preceptor de Cirurgia Vascular do Hospital do Servidor Estadual de São Paulo, participou da primeira série de apresentações, falando sobre “Principais indicações”. Ele abordou tópicos como a importância da medicina regenerativa para evitar amputações; reparação e substituição de tecidos; e terapias regenerativas no tratamento de feridas complexas e feridas crônicas.

Já Marcelo Calil Burihan, coordenador da Residência de Cirurgia Vascular do Hospital Santa Marcelina (SP), abordou o tema “Aplicação em Cirurgia Vascular (úlceras e feridas)”. Em sua palestra, ele falou sobre as feridas crônicas, que diminuem significativamente a qualidade de vida dos pacientes e requerem tratamento tópico contínuo, causando imobilidade e dor em muitos casos. “A gestão de feridas crônicas é responsável por grande parte dos custos do sistema de saúde, atingindo um total de 2 a 4% do orçamento da saúde nos países ocidentais. Por isso é extremamente útil investigar e testar novas abordagens no tratamento”, disse.

Encerrando o primeiro painel, Aldemar Araujo Castro, docente na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), falou sobre “Revisão sistematizada: mitos e verdades”. Ele apontou que a revisão sistemática é uma ferramenta poderosa e essencial, mas o julgamento clínico é insubstituível. Ainda de acordo com Castro, para avaliar a credibilidade de um ensaio clínico, deve-se considerar aspectos como a pergunta de pesquisa e a hipótese, o tipo de estudo, local, amostra, critérios de inclusão e de exclusão, amostragem, e análise estatística, entre outros aspectos.

No segundo painel, sobre Casos Clínicos, contribuíram Calógero Presti, do Hospital das Clínicas da FMUSP; Marco Carneiro Teixeira, chefe do Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital de Força Aérea do Galeão; e Guilherme Benjamin Brandao Pitta, professor adjunto de Cirurgia na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e professor titular Cirurgia Vascular no Centro Universitário CESMAC.

Calógero Presti, em sua palestra sobre estudos prospectivos, caso controle e relatos de casos, enfatizou o papel da Diabetes, responsável por mais de 28 amputações por dia, no Brasil. “A expectativa é que essa doença cresça no Brasil e no mundo”, disse, fazendo referência ao estudo IDF Diabetes Atlas 10th edition (2023).

Presti ressaltou que o tratamento e acompanhamento adequado na rede primária de saúde pode evitar a grande parte das amputações e diminuir a mortalidade. Além disso, há necessidade de desenvolvimento de diretrizes brasileiras para utilização racional dos recursos terapêuticos. “A aplicação criteriosa da Medicina Regenerativa na Angiologia e Cirurgia Vascular pode melhorar a qualidade de vida desses pacientes, diminuir a taxa de amputações, a mortalidade e o impacto socioeconômico deste grave problema de saúde pública”, defendeu.

Marco Carneiro Teixeira, por sua vez, abordou o tema “Enxertos autólogo inovadores”. Ele mostrou que as úlceras do pé diabético (DFUs) representam substancial ônus clínico e econômico para os sistemas de saúde em todo o mundo e apresentou uma análise longitudinal de dados de DFUs hospitalares e ambulatoriais ao longo de 5 anos de um hospital universitário.

A partir das experiências relatadas, ele mostrou que, com tratamento adequado e custo-efetivo, é possível progredir de feridas isquêmicas, degeneradas, fibrosas, e de quadros de depleção imune para respostas imunes, angiogênicas e anti-inflamatórias.

Encerrando as apresentações do painel, Guilherme Benjamin Brandao Pitta falou sobre “Critérios de evidências para pesquisas”. Ele destacou o tempo de “peregrinação” do paciente na rede pública. “Em geral, os pacientes demoram muito para alcançar o cuidado terciário, quase 15 dias. Já chegam com necrose e prestes a perder o membro”, relata.

Este foi um dos pontos mais salientados pelos organizadores e participantes do I Fórum da Câmara Técnica Angiologia e Cirurgia Vascular: avançar nas discussões sobre a medicina regenerativa no âmbito do CFM para buscar melhorias no tratamento dos pacientes, de acordo com o moderador do Painel, Marcelo Calil Burihan.

Outro foco importante destacado por Burihan é aprimorar a atuação da Atenção Básica no tratamento da Diabetes para evitar que os pacientes já cheguem no serviço terciário com quadros graves. “Os nossos debates aqui foram nacionais. Existe um potencial enorme com a medicina regenerativa e precisamos ter as diretrizes e a ética devidamente descritos”, defendeu.

Acompanhe os desdobramentos desta discussão e outras novidades sobre a Medicina Regenerativa e a atuação da Câmara Técnica de Angiologia e Cirurgia Vascular no portal do CFM. Acesse portal.cfm.org.br e fique por dentro das atualizações.

Clique na imagem abaixo para conferir as fotos do evento:

I Fórum da CT de Angiologia e Cirurgia Vascular

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