A necessidade e relevância do terceiro ano de residência em clínica médica foi um dos tópicos abordados durante o do III Fórum Virtual da especialidade, organizado em 13 de setembro pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), por meio de sua Câmara Técnica que se dedica ao assunto. Além desse aspecto da formação dos residentes, o encontro reuniu lideranças para discutir questões como reconhecimento e valorização dos profissionais.
Assista ao debate em sua íntegra aqui:
https://www.youtube.com/live/MA9atjfBSys?feature=shared
O conselheiro Carlos Magno Pretti Dalapicola, coordenador do evento, destacou o objetivo do Fórum: promover a união. “A intenção desse evento não é polemizar. Queremos unificar o pensamento, fazer um caminho único, dar sentido aos nossos entendimentos. Vamos trabalhar com dados concretos para embasar nossas decisões, trazendo frutos duradouros e profícuos”, ressaltou.
Formação dos especialistas – Diante desse desafio, as exposições buscaram criar espaço para essa reflexão. A palestrante Aline Camille Yehia, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica – Regional Minas Gerais (SBCM-MG), apresentou aspectos relacionados à formação dos especialistas e uma proposta de um terceiro ano opcional. “Nesse formato, há dois anos básicos, ao fim dos quais o médico poderia registrar seu RQE, e um terceiro ano opcional que permitiria ao concluinte atuar de forma robusta a nível de gestão, preceptoria e hospitalista”, esclareceu.
Em seguida, Reginaldo Aparecido Valacio, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica – Regional de Minas Gerais (SBCM-MG), propôs reflexão sobre a matriz de competências do clínico que elenca “dominar” o atendimento de pacientes com diversas doenças inflamatórias, infecciosas, autoimunes, endocrinológicas e reumatológicas, entre outras habilidades. “Será que dominar é um termo de acordo com o que se espera do médico após passar por dois anos de residência? Será que essa matriz cabe em dois anos?”, ponderou.
Por sua vez, Daniel Franci, membro da Câmara Técnica de Clínica Médica, reiterou a preocupação do CFM com essa pauta. “Será que dois anos são suficientes para formar um clínico? Será que dois anos são suficientes para iniciar uma especialização focal? Alerto para a importância de começarmos a discutir separadamente quem é o especialista em clínica médica e quem tem interesse apenas no pré-requisito para especialidades focais”, disse.
Medicina Hospitalar – Já Fabrício Pimentel Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Hospitalar (SOBRAMH), falou sobre a sinergia entre medicina hospitalar (medicina hospitalista) e clínica médica; e Marcus Villander, diretor científico da Sociedade Pernambucana de Clínica Médica (SPCM) e da Associação Médica Pernambucana (AMPE), detalhou a importante atuação do clínico em consultórios, enfermarias, emergências, UTIs e áreas de gestão, além dos cuidados em domicílio.
Finalmente, o deputado federal Dr. Luiz Ovando arrematou a discussão, lembrando da necessidade de aperfeiçoamento contínuo dos profissionais. “Perguntam se dois anos é suficiente para uma boa formação e eu digo que a vida inteira não é suficiente. Para ser um bom clínico, a vida inteira não vai ser suficiente. O profissional precisa estar sempre estudando e praticando”, afirmou.