Solenidade realizada em 1º de abril de 2022

 

Boa noite a todos!

Muitas emoções quero compartilhar com todo esse auditório. Quero, inicialmente, cumprimentar esse auditório magnífico. Quero cumprimentar, em nome dos médicos brasileiros, o dr. Marco Ávila, que tão bem representa a medicina brasileira em nosso País!

Quero cumprimentar a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia, dra. Ana Ellen Santiago. Cumprimentando ela, eu cumprimento todas as mulheres presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina.  Quero cumprimentar a representante das médicas brasileiras, a dra. Lourdes Pontes, uma pessoa fantástica, minha amiga desde a infância.

Quero cumprimentar o presidente da Unimed Porto Velho, dr. Saleh Mohamed Razzak, que se faz presente neste momento. Quero cumprimentar o representante da advocacia brasileira, o meu sobrinho Andrei Cavalcanti.

Eu cumprimento meu estimado amigo e jornalista Alexandre Garcia, que tenho a honra de gozar de sua amizade. Uma vez ao mês nós jantamos juntos e botamos a nossa situação política em dia.

Cumprimento o presidente da Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, na qual tenho assento na cadeira número 8. Muito obrigado!

Cumprimento as entidades sindicais aqui presentes, que são de uma grande importância para a medicina brasileira, para que tenha sucesso e defender uma medicina de qualidade!

Quero cumprimentar o presidente da ANS, que nos dá a honra de estar aqui presente conosco. Cumprimento meu estimado senador, que sempre defendeu a medicina brasileira, senador Marcos Rogério.

Cumprimento meu ilustre ministro da Saúde, que antes de ser ministro já era meu amigo. Da área conselhal, é uma pessoa por quem eu tenho profundo respeito e admiração.

Eu não poderia deixar de falar nessa pessoa, tão importante para a medicina brasileira, que é Hiran Gonçalves. Cumprimento o ilustre professor doutor Rui Nunes. Eu sou fruto desse doutorado e do meu pós-doutorado, que fiz na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Deixei por último, não por ser o último, muito pelo contrário, quero cumprimentar o meu presidente Mauro Ribeiro. Um abraço!

Quero cumprimentar também o estimado médico Armando Acampora. Uma salva de palmas para ele!

O meu espelho da ética no Conselho Federal de Medicina, dr. Roberto Luiz d´Avila, e meu querido irmão, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima.

A você, Vital, digo que segui seus passos, os teus conselhos e portanto estou aqui, graças a  pessoas como você, que me orientou.

Que assim como as senhoras e senhores gentilmente abriram espaço em suas agendas para prestigiar esta solenidade de posse, promovida pelo Conselho Federal de Medicina, pessoalmente, e em nome de todos os conselheiros federais, agradeço a deferência e espero manter vivo o interesse de cada um dos presentes neste auditório e daqueles que nos acompanham pelas redes sociais, durante a apresentação desta mensagem.

Minhas amigas e meus amigos, o que acontece hoje é resultado de tudo aquilo que vivemos. Vocês sabem que uma trajetória não se constrói do dia para a noite. Ela vem da soma de muitos dias e de muitas noites de estudo e de trabalho;  de longas esperas; de conversas e de silêncios; de choro e de alegria; de retrocessos e avanços.

Hoje, diante deste auditório lotado, eu tenho a oportunidade de lançar um olhar sobre o meu passado e vislumbrar um pouco do que me fez chegar até aqui. Lembro-me bem  de José Hiran Gallo, filho do Seu Adalberto e da Dona Maria Inácia, minha querida mãe que nos deixou um ano atrás. Eu era tão magro quanto traquina.

A infância à beira do Rio Madeira passou leve no riso solto durante as partidas de futebol sob a chuva. Eu era o dono da bola, então ninguém me tirava do time.

Claro que não faltaram puxões de orelha, como quando pintei com tinta fresca os bancos de concreto onde sentavam as autoridades da minha cidade para falar de política. Eu já era traquina e avesso à política.

Naquela época, minha amada Porto Velho tinha três ruas por onde circulavam dois jornais – o Alto Madeira e o Guaporé. Assim, as notícias que chegavam de longe enchiam os olhos do jovem José Hiran Gallo, que com menos de 15 anos foi enviado para Belém para concluir o que hoje é chamado de ensino médio e continuar a sonhar. Na capital do Pará, descobri que para isso, sonhar, não bastava fechar os olhos. Foi preciso empenho para entrar na faculdade de medicina e decolar para voos maiores.

Já aluno de medicina, encontrei minhas paixões de vida: a ginecologia e obstetrícia, que se tornaram minhas especialidades e prática diária por mais de quatro décadas; e descobri uma grande mulher, Élida Maria, que me deu família e tem apoiado cada passo que dou.

Quando me preparava para essa solenidade, recordei nosso primeiro encontro, na cantina da universidade, onde o aluno de Rondônia pediu dicas à estudante nota 10. Naquela época as notas eram colocadas em um mural. Na conversa, eu disse que queria ajuda para melhorar o meu desempenho. Desde então, Élida me dá lições diárias e me faz ser um homem melhor e feliz. Élida é minha colega de profissão, minha amiga, minha esposa, mãe de meus filhos, minha companheira de vida. Peço licença a todos para quebrar o protocolo e fazer uma singela homenagem a essa mulher e médica, pois sem ela nada disso estaria acontecendo. Élida Maria, meu amor, por favor, convido você a subir a este palco, acompanhada do meu neto Ian Gallo.

Minhas amigas e meus amigos, vamos retomar nossa solenidade e peço a compreensão de todos e de todas . Prometo que serei breve e que não vou neste discurso fazer menção a cada ano de minha existência, a cada encontro magnífico.

Na verdade, aqui desaparece o indivíduo José Hiran Gallo e surge o membro do Conselho Federal de Medicina.

Não falarei em meu nome, mas tentando expressar o pensamento dos 56 conselheiros federais do Conselho Federal de Medicina. Hoje somos 55, porque perdemos um grande conselheiro, que comungam experiências que têm moldado o nosso trabalho à frente dessa autarquia, a qual conta com sete décadas de serviços prestados ao País.

Por isso, neste dia festivo, não tenho dúvidas de que todos os 56 conselheiros federais do Conselho Federal de Medicina, independentemente de cargos e funções, reafirmam publicamente seus compromissos com a medicina, a saúde e a população, sempre amparados nos valores e princípios que acumularam ao longo de suas próprias histórias.

Esperem desses homens e mulheres: dedicação, para entender os desafios que se impõem para a medicina que, no nosso País, enfrenta as consequências deixadas pelas desigualdades econômicas e sociais sobre a saúde da população; empenho, para lutar sem tréguas pela qualificação da assistência na saúde, sempre em busca da oferta de condições de trabalho dignas para o médico e da ampliação do acesso ao atendimento para os brasileiros, em especial para aqueles dos grupos mais carentes e vulneráveis.

É condenável ter dois tipos de medicina, uma para ricos e outra para pobres. Disciplina, para buscar na ciência as melhores evidências para a prática médica, as quais, portanto, devem nortear o trabalho do médico em todas as fases do atendimento, com respeito integral aos dois princípios básicos da medicina. Não abrirei mão em hipótese alguma desses princípios hipocráticos: sigilo e autonomia, que só encontram limites na ética e na lei.

Responsabilidade, para defender e cuidar dos interesses dos médicos, que têm nos conselhos de medicina seus legítimos representantes, e da população, cujo bem-estar e saúde devem ser protegidos pelo Conselho Federal de Medicina de modo leonino diante do descaso de alguns e da lógica economicista de outros ao dar mais valor ao lucro do que aos seus compromissos com a vida; e ética, para manter o Conselho Federal de Medicina independente, autônomo, isento e idôneo sob quaisquer circunstâncias diante de interesses econômicos, políticos, partidários, e ideológicos, mantendo a credibilidade de nossa instituição e a confiança dos brasileiros na medicina e nos médicos, enquanto defensores das melhores práticas, da justiça, da igualdade, da solidariedade, e do bem: acima de tudo, do bem.

912 dias nos separam do fim dessa fase da gestão do CFM que se inicia hoje. Temos a convicção que neste período esses valores e princípios, que acabei de citar, serão honrados pelo Plenário do Conselho Federal de Medicina.

Nesta jornada, esperamos receber o apoio daqueles que comungam com os mesmos valores e princípios. Assim, essa aliança de forças positivas trará ainda mais eco às nossas reinvindicações, aos nossos alertas e às nossas recomendações que têm como foco o aperfeiçoamento do exercício médico diário, em benefício de profissionais e pacientes.

Nesta caminhada, o Conselho Federal de Medicina espera contar com as contribuições de diferentes entidades do movimento médico.

Os 27 CRMs serão peças fundamentais para que os projetos que buscam a valorização da medicina e da saúde no País alcancem pleno êxito.  A cada um deles, dedicaremos nossa atenção em busca de soluções para seus dilemas específicos e às dificuldades enfrentadas pelos médicos inscritos em cada estado. As diferenças regionais não encontrarão espaço em nosso Plenário, onde os representantes de todos as unidades da Federação terão direito para expressar a voz e a opinião dos médicos que representam, num exercício constante de democracia.

As 55 sociedades de especialidades médicas podem estar seguras de que o Conselho Federal de Medicina continuará aberto e receberá sugestões para, assim, contribuir com o fortalecimento da prática clínica no País. Da mesma forma, nossa autarquia permanecerá atenta às distorções que ameaçam os nossos especialistas e o ato médico. Esse estado de vigilância permitirá que estejamos sempre prontos a agir contra tentativas de invasão de competências ou de cercear nossos direitos ou de nossos pacientes.

As entidades médicas nacionais – Academias de Medicina, Associação Nacional dos Médicos Residentes, Federação Médica Brasileira, Federação Nacional dos Médicos e Associação Médica Brasileira – encontrarão no CFM um aliado disposto ao diálogo e à construção de uma agenda convergente em torno de temas que sejam comuns e de importância aos diferentes públicos que transitam pelo universo da saúde e da medicina.

Com amplo respeito às especificidades de todas as instituições, previstas em lei e regramentos, o CFM quer somar esforços numa luta histórica pela saúde e pela medicina. Nas batalhas, irmãos precisam se apoiar e construir, juntos, as soluções para derrotar os nossos inimigos comuns: a doença; a desigualdade; a injustiça; os abusos de toda ordem; o descaso e a desvalorização da medicina. Para fazer frente a essas ameaças, as entidades médicas precisam superar eventuais diferenças na certeza de que ao marchar unidas elas se fortalecem.

Amigos e amigas, volto mais uma vez no tempo. Vamos aos anos 1990. Recordo o convite feito pelo grande amigo Eron Martins, o grande oftalmologista do meu estado, para participar do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia. No Cremero, logo me tornei vice-presidente, em sua gestão. Na passagem dos anos, aprendi muito no convívio com ele e com outras lideranças que passaram pela minha vida, como esses médicos que faço questão de citar: Jacó de Freitas Atalla, Hamilton Raulin Gundim; Rubens Santos, um conselheiro do Rio Grande do Norte; Hermann Alexandre von Tiesenhausen, Roberto Luiz d’ Ávila e Carlos Vital Tavares Corrêa Lima e Joãozinho de Minas Gerais, que também faz parte do meu círculo de amizades.

Foram apenas alguns dos que me ensinaram a sutil arte de conduzir uma organização do porte de um conselho de medicina. Mais do que exemplos, se tornaram amigos que compartilham suas visões do mundo.

Uma das coisas que esses mestres deixam como lição é a necessidade de entender nossos próprios limites, de reconhecê-los e de superá-los com a ajuda de quem pode nos guiar.

Neste ponto, quero agradecer de antemão o apoio que todos os funcionários e colaboradores do Conselho Federal de Medicina têm dado a nossa autarquia. Graças ao compromisso de cada um deles, o CFM tem brilhado. Na impossibilidade de citar todos os servidores nominalmente , quero agradecer de público à minha estimada secretária, que irá secretariar a Presidência, Vilma Gomes; o meu assessor jurídico José Alejandro Bullon; o meu assessor de imprensa, de grande importância para nós, Paulo Henrique de Souza, Gleidson Porto, Maristela Barreto, Kelly Oliveira, Antônio Carlos de Oliveira, Carlos Souza, Giselle Crossara e meu estimado amigo e irmão, João Ferreira, que está ao lado de toda a sua equipe da Tesouraria. Se o CFM alcançou o espaço que hoje ocupa, isso se deve muito ao apoio de vocês e de suas equipes. A todos, a nossa eterna gratidão.

Nós, conselheiros, contamos com essa dedicação permanente, o que nos obriga a reconhecer esse mérito e estimular o seu desenvolvimento de forma justa, ética e transparente. Da mesma maneira, os meus mestres da medicina também me mostraram que é importante manter as portas do CFM abertas para o mundo.

É preciso interagir com outras instituições para, inclusive, defender nos debates as nossas propostas. Uma instituição que se fecha em suas próprias convicções não cresce e amadurece. Por isso, o CFM continuará a buscar interlocução com espaços privilegiados de tomadas de decisões.

Estaremos no Congresso Nacional, com o apoio da Frente Parlamentar da Medicina – comandada e coordenada pelos deputados e médicos Hiran Gonçalves, grande baluarte que defende a medicina brasileira, e Doutor Luizinho –, monitorando os projetos que afetam diretamente a prática médica e o atendimento em saúde.

Também buscaremos estar próximos do Ministério Público, do Ministério da Saúde e do Poder Judiciário – em todas as suas instâncias – para apresentar os argumentos legais e éticos em defesa dos interesses da medicina.

Igualmente, manteremos a disposição de atuar junto aos órgãos da administração pública, como Anvisa e ANS, levando nossas contribuições e apoiando ações que possam tornar as políticas públicas de saúde efetivas.

Finalmente, quero destacar um outro aprendizado deixado pelos meus mestres da medicina: a necessidade de sermos leais, um para com o outro, aos nossos próprios princípios e também aos outros companheiros de jornada. Aqui, quero agradecer a duas conselheiras federais: dra Yáscara e dra. Maria Teresa. Por isso, não posso deixar de destacar três exemplos dessa lealdade.

Neste espírito, agradeço publicamente aos conselheiros e amigos: a nossa Tatiana Bragança de Azevedo Della Giustina, Alexandre de Menezes Rodrigues, e Salomão Rodrigues Filho, para os quais peço uma salva de palmas. Todos os três – generosamente – se doaram pela integridade e harmonia que devem prevalecer nos espaços coletivos. Pessoas sábias que são, tomaram decisões que entenderam ser fundamentais para preservar interesses maiores.

Nesta oportunidade ímpar, quero ainda dirigir meus agradecimentos a dois outros expoentes do movimento conselhal. Saúdo o conselheiro Donizetti Filho, que deixa a diretoria para assumir outras importantes missões no Conselho Federal de Medicina.

Também expresso meu respeito ao conselheiro Mauro Luiz de Britto Ribeiro, que nesta fase que se inicia, será o comandante financeiro do Conselho Federal de Medicina. Tenho certeza que o conselheiro Mauro Ribeiro realizará um excelente trabalho à frente de nossa Tesouraria. Muito obrigado Donizetti e Mauro pelo compromisso com o Conselho Federal de Medicina e com os médicos brasileiros!

Minhas amigas e meus amigos, os círculos simbolizam o movimento, a mudança, o avanço ordenado. Por outro lado, os círculos também representam o caminho perfeito ao unirem os pontos de saída e de chegada de uma jornada. No início dessa fala, evocamos nossa história, a importância das raízes, e como as experiências nos moldam para a vida. Ao terminar essa participação, volto a lembrar de valores primordiais, a confiança, como as demonstradas pelos médicos de Rondônia que me acolheram para representá-los no CFM nesses 20 anos, meus agradecimentos à dra. Flávia, dr. Fiorini e a todos os médicos de Rondônia que estão aqui presentes, em especial dra. Conceição e Almerindo Brasil, pessoas a quem expresso meus eternos agradecimentos, por terem viajado mais de três horas para estarem aqui presentes neste evento.

O amor incondicional exalado pela família, família é a mola de tudo, onde sempre busco abrigo e inspiração, e que, no meu caso, se materializa nos nomes de: minha amada esposa, Elida Maria; nossos filhos – Hiran (oftalmologista, aluno do grande mestre Marco Avila, e Daniela (advogada), que me deram de presente junto com Raimundo Maia, nosso neto Ian, um presente que nos foi dado por Daniela e meu genro Raimundo Maia.

Meu querido Ian, pode estar certo que o vovô vai fazer o possível para deixar você, nossa família, nosso Estado e os médicos brasileiros orgulhosos. Ian, pode estar certo que vou dar tudo de mim para que o Brasil conte com a medicina e a saúde que o nosso povo merece!

Muito obrigado!

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