
Maria Eduarda Pereira Dantas
Na tarde desta sexta-feira (28), a programação do Fórum seguiu voltada à temática central do evento: o cuidado com diabéticos – tanto do ponto de vista do médico quanto do paciente. A conferência “Educação em diabetes: a chave para a autonomia e qualidade de vida” foi conduzida por Maria Eduarda Pereira Dantas, estudante de medicina, influenciadora digital e diabética.
Dona do perfil @pancreasartificial nas redes sociais, Maria Eduarda foi diagnosticada com a doença ainda criança, quando decidiu se aprofundar no assunto. “Há muitos anos, quando eu era apenas paciente, percebi que a educação estruturada faz o diabético compreender o que precisa ser feito para manejar a doença e isso faz com que ele se engaje mais no tratamento”, afirma.
A poucos dias de se formar médica, Maria Eduarda Dantas também salientou a importância de colocar o paciente no centro. “Nossa linguagem precisa ser acessível e as emoções do paciente precisam ser validadas; celebrar as pequenas vitórias é o que fará o diabético aderir ao tratamento no longo prazo”. A estudante percebeu na internet um enorme potencial para difundir informações corretas. “As redes não substituem o médico. Elas potencializam e facilitam o trabalho médico sério e baseado em evidências científicas”, completa.

Conselheiro federal Bruno Leandro de Souza
Coordenador do Fórum, o conselheiro federal Bruno Souza concorda com a influenciadora. “Precisamos ocupar as redes sociais com ética, com ciência e com retidão para que a informação de qualidade chegue à sociedade. se nós não fizermos isso, os charlatões farão”, declarou.
Na sequência, o painel “O endocrinologista e metabologista diante dos desafios éticos” teve como debatedores Diana Viegas Martins, coordenadora da Comissão de Ética da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), e Frederico Guimarães Marchisotti, professor de medicina.
A representante da SBEM fez um contraponto importante ao debate anterior: Diana chamou a atenção para a quantidade crescente de fake news disseminadas atualmente. “Perdemos muito tempo em consultório para desmentir o que o paciente vê nas redes sociais. Hoje, há uma infinidade de influenciadores que se dizem especialistas em endocrinologia e metabologia. Por isso, a atuação da SBEN é fundamental para fomentar a pesquisa, promover a educação médica continuada e informar a população corretamente”.
Coube ao professor Marchisotti tratar de um dos temas mais debatidos na endocrinologia: os medicamentos emagrecedores e implantes hormonais. Entre a proibição e a liberação, o debatedor propõe uma terceira via. “O Conselho Federal de Medicina é a entidade responsável por regulamentar a adoção e prescrição destes medicamentos. Temos que ter no CFM o balizador deste assunto no Brasil”, conclui.