Especializações e pós-graduações em medicina e o papel dos médicos jovens na construção do futuro da profissão no Brasil tiveram espaço na programação do V Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem, organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em 12 de abril. O evento, que reuniu profissionais de todo o país, foi transmitido ao vivo pelo canal do CFM no YouTube e pode ser acessado aqui.
Os debates aconteceram a partir de mesa moderada pelos conselheiros federais Christina Hajaj Gonzalez e Carlos Magno Dalapicola. Na oportunidade, Ângelo Fajardo Almeida, integrante da Comissão de Integração do Médico Jovem do CFM, destacou a importância da residência médica como formação eficiente, apontando para o aumento do número de médicos formados. Na sua apresentação, ele tratou ainda do dilema enfrentado pelos médicos recém-formados ao decidirem o rumo de suas carreiras. Segundo pontuou, há três caminhos principais: a residência médica, a vida acadêmica e o empreendedorismo.
Especialidades – A residência médica foi apresentada como uma busca pela identificação profissional, onde os médicos escolhem sua especialidade de acordo com suas características e interesses. “Embora seja um sonho para muitos recém-formados, atualmente tem-se observado uma mudança nesse cenário, com muitos optando por outros caminhos”, disse.
Já a vida acadêmica, representada pelo mestrado e doutorado, foi descrita por Lydia Masako Ferreira, professora de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), como uma oportunidade de desenvolver a identidade profissional após a residência médica. A palestrante mencionou a possibilidade de os médicos irem diretamente para o mestrado e doutorado, dependendo da instituição e de suas escolhas pessoais.
Além disso, a professora apontou os desafios enfrentados pelos recém-formados, que passam por um “turbilhão de emoções, inseguranças e medos” ao escolherem o caminho da pós-graduação. Ela também ressaltou a importância da especialização como processo, ao oportunizar o convívio com diferentes situações e colegas, exercitar habilidades, como liderança, e inserir o indivíduo no mercado de trabalho.
Residência médica – Em sua exposição, Fernando Sabia Tallo, 2º tesoureiro da Associação Médica Brasileira (AMB), lembrou que a residência médica é uma modalidade de ensino completamente diferente da pós-graduação latu senso, conforme estabelecido na legislação. Segundo ele, enquanto a primeira é um treinamento em serviço, a segunda busca o aprimoramento da atuação profissional.
“É importante destacar que os certificados obtidos em cursos de especialização não equivalem ao certificado de especialidade da residência médica, conforme determina a resolução vigente”, disse. Em relação a isso, Tallo destacou que existem três principais caminhos para obter esse título: conclusão de programa de residência médica reconhecido pelo MEC e aprovação em exame de organizado por sociedade médica, em parceria com a AMB.