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“Olhem para os conselhos de medicina como grandes aliados da boa prática médica”. A orientação aos acadêmicos de todas as regiões do país foi expressada pelo 1º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Emmanuel Fortes Silveira Cavalcante, na cerimônia de abertura do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CONEM 2025). O encontro é promovido pela Associação dos Estudantes de Medicina do Brasil (AEMED-BR) na sede do CFM, nesta quinta e sexta-feiras (2 e 3 de outubro).

A abertura do Congresso também contou com a presença do presidente da AEMED – BR, Gabriel Sanchez Okida, e da presidente do Conselho Regional de Medicina do DF, Lídia Vanessa Pinheiro. Para a Associação dos Estudantes, o espaço do Conselho “reforça o compromisso com a ética, a formação de qualidade e os desafios da saúde no Brasil”.

Visão humanista – Sobre o estudo e a prática médica, o diretor do CFM desejou que os estudantes aprendessem bem a ciência e todas as técnicas, mas não perdessem o humanismo. “É necessário que compreendam a necessidade de ser empático. Quando estiver tratando as pessoas, se coloque no lugar do paciente e se pergunte como gostaria de ser tratado na mesma situação, faça exatamente de acordo com a sua resposta”, aconselhou Emmanuel Fortes.

Considerado um dos principais encontros do movimento estudantil médico do país, o evento terá palestras, workshops e painéis conduzidos por médicos, docentes, influenciadores e profissionais renomados de diferentes áreas. Com o encontro, o objetivo da Aemed é promover reflexão e debate sobre temas relacionados à inovação, equilíbrio e propósito na formação médica no Brasil. A ideia é também promover a integração entre os acadêmicos de medicina, fortalecendo o debate sobre os principais desafios e transformações da prática médica contemporânea.

Saúde mental – Emmanuel Fortes também foi um dos palestrantes do painel “Produtividade ou exaustão? Como manter a saúde mental em meio à pressão da medicina”. Em sua fala, ele argumentou que os médicos enfrentam hoje uma situação difícil, com a invasão do ato médico. “O diagnóstico médico é um ato solitário e não pode ser compartilhado, como nossas responsabilidades também não o são”, argumentou.

Fortes disse aos estudantes que o jovem médico enfrenta hoje uma realidade diferente daquela vivenciada há quem se formou há mais tempo. “Não existe mais a perspectiva de um emprego público. O médico terá de desenvolver o empreendedorismo. Daí porque colocamos este componente no novo Manual da Publicidade Médica, que prevê o uso das redes sociais para uma publicidade responsável das atividades médicas”, afirmou.

O painel também contou com a participação do psiquiatra e professor de medicina da faculdade Cyro Martins Fernando Uberti. Após apresentar estudos sobre o aumento dos transtornos psiquiátricos no Brasil e no mundo e dos impactos desses problemas para a vida pessoal e profissional, ele afirmou que a medicina é uma das profissões onde esses transtornos são mais prevalentes.

“Há uma tempestade perfeita, pois a nossa formação e o nosso trabalho são muito estressantes. É o que chamo de equação da frustação, mais comum entre os jovens”, afirmou. Para romper esse círculo, Uberti aconselhou algumas estratégias, como a realização de atividades extra-curriculares, o desenvolvimento de hobbies e o autocuidado.

Ética Médica – “O médico e a lei: entre dever técnico e o chamado ético”, foi o tema do painel seguinte, o qual contou com a participação dos conselheiros federais Diogo Sampaio e Carlos Sparta e do advogado Valério Ribeiro.

Na sua palestra, o conselheiro federal pelo Mato Grosso do Sul, Diogo Sampaio apresentou quatro exemplos de situações envolvendo estudantes e profissionais de medicina que apresentaram comportamentos criticados pela imprensa e pelas redes sociais. “Temos de ter muito cuidado com nossas ações e, principalmente, com o que postamos nas redes sociais, pois uma repercussão negativa é prejudicial também para a medicina como um todo”, alertou.

Ao final da sua apresentação, ele deu alguns passos que devem ser seguidos pelos estudantes de medicina. “Entendam que o paciente é o seu primeiro mestre, respeite-o. Tenha honestidade intelectual e quando não souber de algo, seja sincero. O profissionalismo vai além do hospital, você sempre estará respeitando a medicina e, por fim, tenha respeito pela hierarquia”, ensinou.

Em seguida, o conselheiro federal pelo Rio Grande do Sul, Carlos Sparta, contou como começou a participar do movimento conselhal e de como funcionam os julgamentos. “A atuação do CFM e dos CRMs vai muito além do que costumamos saber na faculdade. Além de cassar ou aplicar outras penalidades ao médico, o sistema de conselhos também regulamenta e fiscaliza as nossas condições de trabalho”, destacou. Sparta também lembrou que muitas das decisões do CFM são seguidas pelos juízes, quando o processo é judicializado.

Este painel contou também com a participação do advogado especialista em Direito Médico Valério Ribeiro, que deu alguns conselhos para que os médicos não sejam penalizados em processos administrativos ou cíveis. “Ajam dentro da técnica que dominam, verifiquem o campo de atuação, informem corretamente o paciente e redijam um bom prontuário”, aconselhou.

Ao final, o conselheiro federal Alcindo Cerci, coordenador da Comissão de Ensino Médico do CFM, falou sobre a qualidade do ensino ofertado pelas faculdades e os caminhos da medicina do futuro. Segundo ele, há atualmente vários problemas na graduação. “Não existe regulação de cursos, mas um balcão de negócios. Vemos ausência de campos de prática articulada e formativa. O paciente passou a ter uma importância secundária. A excelência técnica passou a ser uma exceção”, afirmou.

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