Defasagem nos valores dos procedimentos médicos, reajustes de honorários abaixo dos índices aplicados aos beneficiários ou medidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e glosas injustificadas são alguns dos problemas enfrentados pelos médicos na relação com as operadoras de saúde e que foram debatidos nesta quarta-feira (4) na primeira reunião da atual gestão da Comissão de Saúde Suplementar (Comsu), coordenada pelo vice-corregedor do CFM, Francisco Cardoso.
A reunião contou com a participação do presidente do CFM, José Hiran Gallo, que se mostrou preocupado com a má remuneração dos médicos. “As operadoras exigem que o médico se constitua como Pessoa Jurídica (PJ), caso contrário, não terá trabalho. Com isso, todo o custo vai para o profissional. É uma relação desigual”, denunciou.
Para debater os problemas enfrentados pelos médicos, o coordenador da Comissão propôs a realização de um Fórum da Saúde Suplementar. Proposta que contou com concordância do presidente do CFM, “é muito importante que façamos este evento. Têm o meu apoio”, afirmou Hiran Gallo.
Custos – O 1º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes Cavalcanti, defendeu que o médico saiba qual o custo real dos procedimentos que realiza. “Quem contrata o serviço sabe, seja o hospital, ou a operadora, mas o médico, não. É preciso que ele se aproprie dessas informações”, defendeu.
Durante a reunião, foram dados encaminhamentos aos 17 processos que estavam para ser analisados pela Comsu. Muitos dos questionamentos diziam respeito à inconformidade dos médicos com os baixos valores pagos para procedimentos e com as constantes glosas realizadas pelas operadoras e planos de saúde. O representante da ANS presente na reunião, Maurício Nunes da Silva, falou sobre as limitações institucionais da agência, “que não pode avaliar casos concretos”, e explicou em quais situações o órgão pode agir.
O 2º vice-tesoureiro do CFM, Carlos Magno Dalapicola, reforçou a importância do colegiado. “45 milhões de brasileiros dependem da saúde suplementar, o que faz com que essa comissão seja diferenciada. Apesar de sermos um órgão consultivo da plenária, as decisões tomadas aqui têm um poder de influência muito grande”, argumentou.
A reunião também contou com a participação dos seguintes membros: Regina Diniz, Antonio Henriques, Francisco Vieira de Oliveira, Guilherme Murta, Gustavo Delgado, Marcelo Peixoto, Etelvino Trindade, Fernando Ribeiro e Alexandre de Menezes. O conselheiro federal pela Paraíba, Bruno Leandro de Souza, também acompanhou a reunião.