- A 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID 11), adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a partir de janeiro de 2022, projetada para ser totalmente digital e acessível online, tem prazo previsto para ser disponibilizada nos sistemas de vigilância em saúde no Brasil a partir de janeiro de 2027. É o que informa a Nota Técnica nº 91/2024 da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (acesse AQUI).
Tradução – Na Nota Técnica, o Ministério da Saúde explica que o processo de implementação da CID 11 começou pela tradução do documento, que foi coordenada pelo Centro de Colaborador para a Família de Classificações Internacionais da OMS no Brasil, em um “processo altamente complexo, realizado na plataforma de tradução da OMS, abrangendo um conjunto estruturado de cerca de 80.000 conceitos (doenças, transtornos, lesões, causas externas, sinais e sintomas).”
Segundo o documento, o processo de tradução inclui a participação de outros países que adotam a língua portuguesa, garantindo que a versão traduzida reflita melhor os conceitos da OMS, tornando-a mais acessível para os profissionais de saúde, a sociedade e pesquisadores no Brasil e nos países de língua portuguesa. Quem quiser conferir como está a tradução do CID-11, pode acessar o endereço eletrônico https://icd.who.int/browse/2024-01/mms/pt.
O Ministério da Saúde justifica a demora para implantação da CID 11 afirmando que a nova classificação abrange não apenas as alterações na classificação das doenças em si, mas afeta, também, “a estrutura de processamento dos sistemas de informação e das ferramentas de suporte, que terão de se adaptar às inovações apresentadas” na nova revisão da CID.
Além disso, OMS orienta que, para utilização da nova CID em um país, é aconselhável que a última versão da anterior (CID10) tenha sido atualizada por pelo menos dois anos. Este é um outro fator para que a CID 11 não seja implementada aqui antes de 2027, pois o Brasil finalizará a atualização da última versão da CID 10 no fim de 2025.
O prazo estendido para a implementação da nova classificação internacional permite, segundo a autoridade governamental, uma “transição gradual e controlada, com o objetivo de garantir que todos os aspectos da CID-11 sejam plenamente integrados até 2027 ou 2028, enquanto se preservam as séries históricas e a continuidade dos dados essenciais para o monitoramento e a gestão da saúde pública.”
Mudanças – O sistema de classificação de doenças foi criado em 1893 e, desde então, vem sendo atualizado. Ele foi criado para padronizar a nomenclatura das doenças e agravos, atribuindo códigos específicos que podem ser empregados em diferentes países. A CID10 foi lançada em 1990 e, desde então, vem sendo atualizada. Agora com a CID11 serão 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas de morte, enquanto a CID 10 conta com 14.400 códigos.
Além do aumento no número de códigos, a CID 11 conta com novos capítulos sobre saúde sexual e incluiu novas classificações de doenças, como o gaming disorder, que é o distúrbio em games e a síndrome de burnout, que diz respeito aos problemas gerados e associados ao emprego ou desemprego. Também dá novas classificações para o estresse pós-traumático e a resistência antimicrobiana, entre outras novidades.