O presidente do CFM, José Hiran Gallo, participou, em Portugal, do 1º Congresso Nacional da Gestão da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal. Em sua fala, Hiran Gallo, afirmou que os sistemas de saúde de todo o mundo enfrentam desafios semelhantes, como o novo paciente e os desafios de gestão. “E em encontros como este, gestores e profissionais de saúde podem encontrar caminhos que tornem os modelos em funcionamento mais acessíveis, seguros e custo-efetivos”, afirmou.
Além do novo paciente, “que é mais informado, mais consciente, mais autônomo e mais disposto a lutar por seus direitos, inclusive na Justiça”, os sistemas de saúde enfrentam problemas relacionados à alocação de recursos humanos. “Este é um problema muito grande no Brasil, pois apesar do aumento no número de egressos das faculdades, o governo tem encontrado dificuldade em montar equipes”, relatou.
Para o presidente do CFM, os baixos salários e a inexistência de planos de carreiras e salários fazem com que médicos e outros profissionais optem por atuar no segmento privado, mesmo que de forma precária, o que acaba afetando a saúde mental dos profissionais. Outro desafio é o envelhecimento progressivo da população, portanto mais vulnerável às doenças crônicas e degenerativas, e o surgimento de novos medicamentos e tecnologias, muitas vezes caros, porém exigidos por pacientes e seus familiares, o que tem elevando os custos assistenciais.
Apesar dessas dificuldades, Hiran Gallo afirmou que os gestores da saúde se sentem impulsionados a buscar melhorar o serviço oferecido à população. “Ao contrário de serem fatores de desestímulo, eles (os desafios) funcionam como propulsores para a busca da superação de uma crise que se arrasta ao longo de décadas, independentemente de ideologias ou partidos políticos que se revezam no poder”, afirmou.