O Conselho Federal de Medicina (CFM) participou de audiência pública no Senado Federal com o objetivo de debater sobre a prescrição de medicação para tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e de outras doenças neurológicas ou neuropsiquiátricas em crianças e adolescentes. A audiência pública, realizada na segunda–feira (27), ocorreu em evento da Comissão de Assuntos Sociais a pedido do senador Eduardo Girão (Novo – CE).
Na oportunidade, a autarquia foi representada pela psiquiatra Christina Hajaj Gonzalez, conselheira federal pelo estado de São Paulo. A conselheira alertou para as possíveis consequências do consumo desse tipo medicação sem o adequado diagnóstico e tratamento.
“É importante deixar claro que cada indivíduo é único e apresentar um sintoma significa, necessariamente, que a pessoa tenha TDAH. Esses sintomas precisam estar presentes há pelo menos seis meses e devem comprometer a vida da pessoa”. Entre as manifestações e consequências do TDAH estão: baixa autoestima, sonolência diurna, impulsividade, oscilações de humor, procrastinações e dificuldades para planejar e cumprir tarefas.
Christina Hajaj Gonzalez ressaltou ainda que há regras para a dispensação dos medicamentos psicoestimulantes. A prescrição deve ser feita pelo médico em receituário do tipo A (“receita amarela”), uma vez que estas substâncias fazem parte da Lista de medicamentos tipo A3 da ANVISA.
Também participaram da audiência, Thicciana Maria Damasceno Firminiano – neuropsicopedagoga; Mariana Pinto – psicóloga; Izabel Augusta – representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP); Maria Aparecida Affonso Moysés – médica; e Isaura Sarto – advogada. Cada expositora apresentou um olhar diferente para a questão, ampliando o debate.
De forma articulada, as apresentações demonstraram que medicações bem-utilizadas, bem-prescritas e bem-acompanhadas são seguras e podem, junto com o restante do tratamento indicado, mudar a história de vida da pessoa portadora da doença.