
Natasha: cartão de vacinas deve ser mantido em dia
O Conselho Federal de Medicina (CFM) defendeu, em audiência na Câmara dos Deputados, em setembro, que seja estudada a aplicação de dose de reforço da vacina contra a covid-19 para os profissionais de saúde.
“Não há comprovação científica de que houve aumento de mortes entre os profissionais de saúde em decorrência da covid-19 nos últimos meses, mas, assim como os idosos, os imunossuprimidos e os imunodeprimidos, estamos no grupo que primeiro se vacinou. É pertinente, portanto, que haja uma discussão sobre a aplicação da dose de reforço”, defendeu a conselheira Natasha Slhessarenko, representante do CFM na Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19.
O Brasil completou o mês de setembro com 147,2 milhões de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a covid-19 e 91,7 milhões de brasileiros totalmente imunizados. Isso significa que, até esse período, 71,86% da população estava ao menos parcialmente vacinada contra o novo coronavírus e 43% completaram o esquema de imunização.
Essa taxa coloca o país em 38º lugar no ranking de países com a maior taxa da população com ao menos uma dose e em 79º quanto à taxa de habitantes totalmente imunizados, segundo dados da Bloomberg.
A secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Melo, garantiu que há disponibilidade de vacinas para adolescentes a partir de 12 anos e para aplicação de doses de reforço em idosos e em profissionais de saúde.
Natasha Slhessarenko também pontuou que os profissionais de saúde podem ser agentes transmissores para outros profissionais e pacientes, pois circulam muito em diversos ambientes de saúde, sendo importante assegurar uma maior proteção a esse grupo: “um surto em um hospital aumenta o absenteísmo e, com isso, todos são afetados”.
“Quero aproveitar a oportunidade para reforçar a importância de todos nós, médicos, incentivarmos a população a procurar as unidades de saúde para atualizar o seu cartão de vacinas. As coberturas vacinais desde 2015 têm caído drasticamente, atingindo níveis baixíssimos no ano passado para todos os imunizantes do Programação Nacional de Imunizações, com as maiores quedas registradas nas vacinas de febre amarela (50,11% da cobertura vacinal de 2020), hepatite B (54,27%), primeiro reforço da poliomielite (58,61%) e segunda dose da tríplice viral (55,77%)”, alerta a conselheira Natasha.
Panorama – Em setembro, a Food and Drug Administration, agência regulatória dos Estados Unidos, autorizou o uso emergencial no país de uma dose de reforço da vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 para idosos que tenham 65 anos ou mais, além de pessoas com 18 anos ou mais consideradas de alto risco ou que estejam frequentemente expostas ao novo coronavírus e suas variantes, como é o caso dos médicos. Na América do Sul, o Chile foi o primeiro país a aplicar a dose de reforço, o que teve início em agosto, quando cerca de 68% da população estava vacinada com as duas doses.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, alerta sobre a necessidade de avanço da vacinação global e pede que países destinem imunizantes às nações mais pobres: “os objetivos mundiais da OMS são ajudar cada país a vacinar ao menos 10% de sua população até o final do mês (de setembro), ao menos 40% até o fi m do ano e 70% da população até meados do ano que vem”, afirmou o diretor-geral, Tedros Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.