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O coordenador da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia defendeu que o acesso ao tratamento à obesidade seja ampliado

O Conselho Federal de Medicina (CFM) participou, nesta quinta-feira(12) na Câmara de Deputados, de audiência pública sobre a dificuldade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequado da obesidade. O debate foi promovido pela Comissão de Saúde sob presidência da deputada Meire Serafim (União-AC).

O conselheiro federal e coordenador da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia, Bruno Leandro de Souza, apresentou dados alarmantes sobre a obesidade no país, ressaltando que o acesso ao tratamento à obesidade seja ampliado, com o fortalecimento de uma atenção primária transdisciplinar e a ampliação de medicamentos no SUS. Segundo ele, um em cada quatro brasileiros se encontra hoje em estado de obesidade. “24,3% da população está obesa e o gráfico é crescente. Em 2030, se nada for feito, nós vamos alcançar um terço da população”, argumenta.

Bruno Leandro destacou que a obesidade é uma doença crônica e incurável, mas tratável, e constitui um problema de saúde pública no Brasil, representando um fator de risco no processo causal de outras doenças não transmissíveis,  como diabetes, hipertensão arterial, colesterol alto, doenças hepáticas, problemas circulatórios e alguns tipos de câncer, dentre outras.

“O impacto para a saúde pública, a gente nem consegue colocar aqui em números. É de bilhões e bilhões de reais o prejuízo causado ao sistema por conta das pessoas em condição de obesidade não tratadas”, explicou.

Problemas que vão desde o subdiagnóstico à desigualdade no acesso ao tratamento, passando pelo preconceito foram abordados na audiência. “A obesidade infelizmente é vista como culpa do indivíduo, precisamos encará-la como doença. A equipe multidisciplinar no SUS é incompleta. Muitas vezes falta nutricionista para a educação básica, há também dificuldade de acesso ao endocrinologista e ao cirurgião bariátrico.  Existem políticas públicas, mas elas não são adequadamente estruturadas e não recebem os recursos devidos. Temos protocolos e diretrizes clínicas-terapêuticas que reconhecem o tratamento, mas não garantem acesso ao medicamento. Os remédios são caros e não estão disponíveis na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, o RENAME”, afirmou o coordenador da Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia.

O conselheiro reforçou, ainda, a importância de que o tema da obesidade continue a ser discutido e destacou o interesse do CFM em juntar forças com a sociedade para combater o problema. “A Câmara Técnica de Endocrinologia e Metabologia do Conselho Federal de Medicina e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia apoiam e reforçam a importância da aprovação de fármacos para o tratamento da obesidade. Além, é claro, daquilo que o Conselho já fez, que foi ampliar os critérios para a cirurgia bariátrica. Queremos que o acesso ao tratamento não seja para alguns, mas para todos”, reforçou.

Também estiveram presentes representantes da entidade Vozes do Advocacy, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, do Hospital Oswaldo Cruz, da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade e do Ministério da Saúde.

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