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O Conselho Federal de Medicina (CFM) abriu, nesta quarta-feira (17), o IV Fórum de Medicina de Emergência, realizado na sede da autarquia, em Brasília, em formato híbrido. O evento reúne especialistas, gestores e representantes de entidades médicas para discutir os desafios, avanços e perspectivas da especialidade, considerada estratégica para a assistência à população brasileira.

A mesa de abertura contou com a participação do presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo; da presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Maria Camila Lunardi; e do conselheiro federal Estevam Rivello Alves (TO), coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Emergência do CFM, que deu início oficial aos trabalhos.

Em sua fala, Hiran Gallo destacou a satisfação de ver o plenário ocupado por jovens médicos e profissionais qualificados, ressaltando a relevância da medicina de emergência para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente no fluxo de atendimento do SAMU. Maria Camila Lunardi ressaltou o crescimento acelerado da especialidade e o sucesso do fórum, que registrou cerca de mil inscritos em apenas quatro dias. Ao saudar os participantes, Estevam Rivello lembrou o papel histórico do CFM no fortalecimento da medicina de emergência no Brasil, destacando a importância da autarquia na abertura de espaços para debate na construção normativa da especialidade.

Uma década de consolidação da medicina de emergência – Na sequência, teve início a Mesa 1 – “Medicina de emergência: 10 anos construindo uma especialidade médica”, presidida pelo conselheiro federal pelo Mato Grosso do Sul e tesoureiro do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, e secretariada por Ian Ward Abdalla Maia, 1º secretário da ABRAMEDE e membro da Câmara Técnica de Medicina de Emergência.

A primeira apresentação foi a conferência “História da Medicina de Emergência no Brasil”, ministrada por Jefferson Pedro Piva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O palestrante contextualizou o longo e complexo processo de reconhecimento da especialidade no país, marcado por resistências institucionais, divergências entre áreas médicas e crises recorrentes nos sistemas de urgência e emergência. Segundo apresentou, o período entre 2002 e 2017 foi decisivo para a consolidação da área, com destaque para o protagonismo de conselhos regionais, a criação de câmaras técnicas, fóruns nacionais e a elaboração da Resolução CFM nº 2.077/2014, que normatizou o funcionamento dos serviços de Urgência e Emergência.

Na conferência “Onde pretendemos chegar: desafios para o futuro da especialidade”, a presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE), Maria Camila Lunardi, destacou que a discussão vai além de projeções futuras e envolve os desejos e a identidade da especialidade. Ela defendeu a atuação do emergencista como o profissional capaz de lidar com múltiplos cenários críticos, muitas vezes em ambientes adversos, e enfatizou a necessidade de ampliar e qualificar as residências, regulamentar plantões, fortalecer a carreira médica e ampliar a produção científica.

Na apresentação “Residência médica: construindo uma especialidade”, José Luiz Bonamigo Filho, coordenador do Programa de Residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein, abordou a estruturação e a evolução da formação em medicina de emergência no país. Ele detalhou a construção do programa a partir de 2018, com base em pesquisas e referências internacionais, explicou o modelo de avaliação dos residentes por meio dos Milestones e destacou a expansão do programa. Ao mesmo tempo, alertou para desafios estruturais do sistema público, a queda no interesse de médicos jovens pela residência e a ociosidade de vagas, defendendo que a expansão da formação esteja associada, necessariamente, à garantia de qualidade.

Na palestra “Ministério da Saúde: dados, composições de pronto-socorro, UPA e SAMU”, o coordenador do Departamento de Urgências e Emergências do Ministério da Saúde, Felipe Augusto Reque, apresentou um panorama da rede de urgência e emergência no Brasil e os movimentos em curso para a revisão da política nacional. Ele destacou as desigualdades regionais e os desafios de organizar a assistência em um país de grande extensão territorial, detalhando os componentes da rede, como atenção primária, SAMU, UPAs, hospitais e atenção domiciliar. Reque apresentou dados nacionais do SAMU 192, que cobre mais de 4,2 mil municípios brasileiros, e ressaltou a importância da articulação em rede, da profissionalização da gestão e da padronização dos serviços hospitalares.

Encerrando a sequência de exposições, Rodrigo Silva de Quadros, detentor do Título Superior em Medicina de Emergência pela ABRAMEDE, falou sobre “Serviço suplementar – Pronto-socorro”, abordando os desafios da organização e do funcionamento dos serviços de emergência de alta complexidade. Ele enfatizou que tempo e qualidade são determinantes no atendimento e que o emergencista possui a formação mais adequada para lidar com cenários críticos e imprevisíveis. Quadros destacou problemas recorrentes nos Pronto Atendimentos e defendeu o estabelecimento de fluxos bem definidos, o treinamento de equipes e o reconhecimento da emergência como unidade estratégica dos hospitais como aspectos capazes de impactar positivamente nos desfechos clínicos, na eficiência operacional e na racionalização de recursos.

Para acompanhar os debates na íntegra, acesse aqui.

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