O Conselho Federal de Medicina (CFM) deu início, nesta sexta-feira (29), em Brasília, ao I Fórum de Cirurgia Plástica, destacando a segurança do paciente como eixo central dos debates. A mesa de abertura contou com a presença do presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, do conselheiro vitalício da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Luciano Ornelas Chaves, e da coordenadora da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, Graziela Schmitz Bonin, ressaltando a importância da cooperação entre instituições para enfrentar desafios éticos, legais e técnicos da especialidade.
Em seu discurso, o presidente do CFM, Hiran Gallo, destacou que a busca pela beleza, muitas vezes guiada por padrões inatingíveis, deve ter como limite a proteção à saúde, à integridade e à vida do povo brasileiro. Foi destacada, ainda, a necessidade de se fortalecer a prática médica responsável e da preservação da dignidade do paciente diante de pressões externas. “Cabe ao médico equilibrar o desejo individual com a responsabilidade profissional, orientando com prudência e responsabilidade e limitando, quando necessário, procedimentos que colocam em risco a segurança do paciente”, defendeu.
Ao abordar os desafios atuais da medicina no Brasil, o presidente do CFM chamou a atenção para dois pontos fundamentais: o combate ao exercício ilegal da medicina e a aprovação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina. Segundo destacou, práticas abusivas e a atuação de pessoas não habilitadas têm causado graves danos à população, reforçando a urgência de ações conjuntas. “A aprovação do exame erguerá uma barreira ética e técnica, assegurando que apenas profissionais devidamente preparados ingressem nos Conselhos de Medicina”, afirmou, lembrando que o modelo já é adotado em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.
A conselheira federal e coordenadora da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, Graziela Schmitz Bonin, reforçou a importância do diálogo com a especialidade e com a sociedade. “Abrimos as portas do CFM para ouvir e conversar com os cirurgiões plásticos a respeito da segurança dos pacientes, assim como de outros temas que afetam diretamente a nossa especialidade, como as questões relacionadas à judicialização, a responsabilidade civil que o cirurgião plástico tem perante os pacientes e tantos outros assuntos”, afirmou, lembrando que o trabalho da Câmara Técnica se baseia em cooperação, ciência e consenso.
Luciano Ornelas Chaves, conselheiro vitalício e representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), destacou a parceria entre as entidades e elogiou a iniciativa do CFM. “Comungamos plenamente com essa iniciativa do CFM em discutir, conjuntamente com a especialidade, os caminhos que nós devemos seguir e aqueles que devemos evitar para que possamos, finalmente, ter uma mudança de paradigma sobre o tema Cirurgia Plástica”, destacou.