
A Câmara Técnica de Bioética do Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou, nesta segunda-feira (15), reunião em formato híbrido para discutir temas relacionados à simbologia da medicina e ao fortalecimento dos valores éticos e históricos da profissão.
Entre os principais pontos debatidos esteve a reavaliação da simbologia médica, especialmente do bastão de Asclépio, com destaque para a necessidade de correção conceitual e histórica sobre sua representação. O entendimento apresentado aponta que há liberdade na forma de representação do símbolo, desde que preservado seu significado ético e protetivo em relação ao paciente.
Outro tema central foi a análise da simbologia presente na capa do Código de Ética Médica, com a proposta de reavaliar o uso do rosto de Janus e discutir referências simbólicas mais diretamente associadas à tradição médica. A sugestão apresentada foi a substituição da imagem do deus romano pela do grego Hipócrates, conhecido historicamente como um dos principais fundamentos éticos da profissão.
A discussão avançou para o tema do juramento médico, que atualmente conta com uma diversidade de versões adotadas pelas instituições de ensino. Os participantes defenderam a importância de promover maior uniformidade e valorização de referências éticas consolidadas, como o Juramento de Hipócrates e a Declaração de Genebra. Ficou encaminhada a criação de um grupo de trabalho para aprofundar os estudos e levar o tema para apreciação da Plenária do CFM.
A reunião marcou o encerramento das atividades da Câmara Técnica em 2025, com avaliação positiva dos debates realizados ao longo do ano. “Nós trabalhamos e tivemos reuniões sobre temas magníficos. Vamos agora buscar um juramento que traga harmonia e preserve a identidade profissional e os valores permanentes da medicina”, sintetizou o presidente do CFM e coordenador da Câmara Técnica de Bioética, Hiran Gallo.