A CID-11 trouxe nova abordagem à Síndrome de Burnout, que constava na 10ª revisão apenas como diagnóstico de esgotamento, tradução oficial do termo, acompanhado da explicação: “estado de exaustão vital”.
A atualização descreve como “Síndrome conceituada como resultante do estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso. E é caracterizada por três dimensões: 1) sentimentos de esgotamento ou esgotamento de energia; 2) distanciamento mental do trabalho, sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao trabalho; e 3) redução da efi cácia profissional”.
A CID-11 define que o “Burnout se refere especificamente a fenômenos no contexto ocupacional e não deve ser aplicado para descrever experiências em outras áreas da vida”.
No capítulo dedicado aos problemas associados ao emprego e ao desemprego, também são listados transtornos relacionados à “ameaça de perda de emprego”, “ritmo de trabalho penoso”, “problemas com as condições de trabalho”, além da preocupação com a “exposição ocupacional a fatores de risco”.
O penoso estado de esgotamento profissional foi definido pela OMS como um fenômeno ocupacional e não uma “condição médica”.
“Precisamos estar atentos aos possíveis equívocos gerados pela inclusão do Burnout na CID11. É necessário o encaminhamento do paciente à avaliação especializada, sob risco de deixar passar um diagnóstico de doença mental, que necessita de uma ação médica. Sugiro ainda que trabalhemos para prevenir o agravamento da doença que, em casos extremos e sem assistência especializada, pode até mesmo levar à morte”, alerta a coordenadora da Câmara Técnica de Medicina do Trabalho do Conselho Federal de Medicina (CFM), Rosylane Rocha.
Para colaborar na prevenção e combate ao problema, a OMS informa em seu site que está prestes a iniciar o desenvolvimento de diretrizes baseadas em evidências sobre o bem-estar mental no local de trabalho.