Dos médicos ouvidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), 88% acreditam no surgimento de novas epidemias nos próximos anos. Para enfrentar esses possíveis desafios, quase 15% defendem a criação de carreiras específicas para médicos e outros profissionais da saúde, e outros 15% apostam na priorização de pesquisas científicas, no desenvolvimento de tecnologias e na produção de insumos estratégicos.
“A pandemia deixará para o Brasil uma lição inquestionável: precisamos estar preparados. É necessário investir mais no Sistema Único de Saúde, ampliar a capacidade de produção nacional de medicamentos e equipamentos, fortalecer o conhecimento científico e, sobretudo, valorizar a força de trabalho que tanto se dedica a oferecer atendimento de qualidade aos brasileiros”, ressalta Mauro Ribeiro, presidente do CFM.
Outra prioridade identificada na pesquisa é a necessidade de maior investimento público em saneamento básico (15%) e saúde (11,4%), além de fortalecimento da atenção básica (13%) e reforço do sistema de vigilância sanitária em portos, aeroportos e grandes eventos (12,3%).
O aparelhamento de hospitais e centros de saúde e a ampliação da oferta de leitos de internação e de unidades de terapia intensiva também foram indicados como necessidades prementes por 10,6% e 8,6% dos entrevistados, respectivamente.
Perfil dos entrevistados
A pesquisa, aplicada entre setembro e dezembro de 2020, ouviu cerca de 1,6 mil médicos cadastrados nos Conselhos Regionais de Medicina e que atuam nos setores público (22%), privado (24%) ou em ambos (54%).
Foram selecionados indivíduos de forma aleatória, com representantes em todos os estados do País.
A amostra, composta por homens e mulheres com idade média de 49 anos, respondeu a um questionário estruturado que obedeceu proporcionalmente à oferta de profissionais pelo Brasil. A maior parte atua no Sudeste (53%), Nordeste (21%) e Sul (16%). Outros 6% trabalham em unidades de saúde do Centro-Oeste, e 5% no Norte do Brasil.