O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou uma visita oficial ao Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) nos dias 3 e 4 de dezembro com o objetivo de alinhar estratégias e ações em prol da medicina. A agenda incluiu checagem das instalações, reunião com os conselheiros regionais, encontro de presidentes dos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e homenagens.
Durante a programação, foram abordados temas urgentes da medicina, como a valorização do profissional médico, o aprimoramento das condições de trabalho e as políticas em defesa do ato médico e de uma formação médica de qualidade. Na pauta, destaque para o veemente apoio do sistema conselhal ao exame de proficiência em medicina.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, destacou a importância da parceria entre os conselhos e a necessidade de ações conjuntas para enfrentar os desafios do setor. No caso da qualidade do ensino, relembrou às lideranças que a demografia médica indica aproximadamente 600 mil médicos ativos no Brasil e uma média de 45 mil egressos ao ano. No cenário do ensino médico, são cerca de 400 escolas, boa parte sem condições de funcionamento.
“Existem escolas médicas funcionando em municípios sem leitos e sem equipes de saúde da família suficientes para a formação dos alunos. E, pior, sem hospital de ensino. O exame de proficiência em medicina surge como alternativa para garantir o acesso ao mercado de médicos com a formação necessária para o ato seguro”, esclarece o presidente do CFM.
Marcelo Lemos dos Reis, presidente do CRM-SC, reforçou o papel do regional no apoio às lutas da classe médica: “Vivemos momentos particularmente desafiadores. A abertura indiscriminada de escolas médicas por motivos meramente financeiros, além de comprometer a qualidade da formação, ameaça a essência da nossa profissão. Como parte dos esforços para mudar esse cenário, apoiamos a implementação de um exame nacional de proficiência na conclusão do ensino de medicina. Prova que deve ser conduzida pelo CFM, instituição que goza da mais alta capacidade e autoridade para esse fim”.
O Projeto de Lei em questão é o PL n° 2294, de 2024, que altera a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, que dispõe sobre os Conselhos de Medicina, para instituir o Exame Nacional de Proficiência em Medicina. Acompanhe a tramitação aqui. (Incorporar: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/164060)
“O CFM e os CRMs estão integrados para que em 2025 a gente aprove junto ao Congresso Nacional o exame de proficiência médica, tão necessário para fazer uma seleção dos médicos brasileiros que estão tendo uma formação duvidosa. Vamos defender um atendimento de qualidade à população”, complementa Carlos Magno Pretti Dalapicola, 2º tesoureiro do CFM.
ENCONTRO DE PRESIDENTES
De forma híbrida, os presidentes dos CRMs se reuniram no plenário do CRM-SC para debater temas urgentes da classe médica e trocar experiências que fortalecem o sistema conselhal. A sessão foi presidida por José Hiran Gallo, presidente do CFM. Os CRMs estão comprometidos em trabalhar juntos para garantir uma medicina de alto padrão, um atendimento de qualidade à população brasileira.
“O CFM está extremamente ativo e é muito importante que os CRMs estejam juntos nessas ações em defesa do ato médico, contra a abertura indiscriminada de faculdades de medicina e articulando medidas para acabar com a violência contra médicos em seu momento de trabalho”, disse Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, presidente do CRM de Goiás.
“É muito importante que os encontros de presidentes aconteçam em diferentes CRMs. A troca de experiências é muito valiosa e, com certeza, saio de Santa Catarina com vários projetos que também poderam ser realizados no meu estado. Teremos avanços!”, afirmou Eduardo Monteiro de Jesus, Presidente do CRM do Amapá.
“Nesse encontro em Santa Catarina, discutimos temas muito importantes para a classe médica e para toda a população. Duas cabeças pensam melhor do que uma, imagine 28. O CFM está de parabéns pela iniciativa”, destacou Romualdo Gama, presidente do CRM do Paraná.