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Conselho Federal de Medicina

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Carlos Vital Tavares Corrêa Lima

Setembro de 2016 foi uma data histórica para o Brasil. O país comemorava a eliminação do sarampo em seu território e a conquista de um certificado entregue pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Na época, isso contribuiu para que a região das Américas fosse declarada a primeira zona livre da doença em todo o mundo.

Três anos depois, a população brasileira enfrenta outra realidade. Em lugar da euforia por uma relevante conquista epidemiológica, vive-se o temor do retorno do sarampo. Os dados do Ministério da Saúde registram, até o momento, 2.457 casos confirmados da enfermidade, sendo que três pacientes morreram (entre eles, dois bebês).

O sarampo é uma doença causada por um vírus e tem sintomas similares aos de enfermidades respiratórias: febre com tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Cerca de três a cinco dias depois da contaminação, podem surgir outros sinais, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas, que se espalham pelo corpo.

Entre os mais vulneráveis à doença estão crianças menores de 5 anos e pacientes desnutridos ou com o sistema imunológico enfraquecido. Para prevenir o aparecimento de novos casos, o melhor caminho é a vacinação tríplice viral, que, além do sarampo, também protege contra caxumba e rubéola. Desde 2004, recomenda-se a administração de duas doses desta vacina.

Por conta do surto de sarampo, o Brasil perdeu sua certificação outorgada pela OPAS, o que exige de todos fazer uma reflexão sobre as causas que levaram a uma mudança tão radical, em pouco tempo, no perfil epidemiológico brasileiro, o que sugere falhas na política nacional de imunização.

O êxito das sucessivas campanhas de vacinação realizadas nas últimas três décadas, fez com que o País baixasse a guarda contra a prevenção ao sarampo. Como os registros da doença desapareceram, a população deixou de responder prontamente aos apelos das autoridades, e com isso as taxas de vacinação caíram.

Além disso, o movimento antivacina, surgido nos Estados Unidos nos anos 2000, também fez estragos. Com o uso de informações duvidosas e sem qualquer evidência científica de peso, esses ativistas passaram a abordar pais e responsáveis, convencendo-os a não imunizarem suas crianças.

O resultado dessa equação é que a nova onda de sarampo chegou ao País no momento em que o número de vacinados estava aquém do ideal, rompendo o frágil equilíbrio epidemiológico, num fenômeno que tem se repetido em outros países.
No Brasil, entre 2018 e 2019, os especialistas identificaram dois pontos de origem da doença, que passou a circular novamente em território nacional. Num primeiro momento, a contaminação se deu pela entrada de vírus trazidos por refugiados da Venezuela. No entanto, os casos mais recentes decorreram do contato direto com viajantes infectados em Israel, Malta e Noruega.

Para recuperar os níveis de segurança perdidos, será necessário muito empenho de toda a sociedade. Considera-se ideal que pelo menos 95% da população tenha sido vacinada com duas doses contra o sarampo, ou seja, as famílias deverão tomar as doses oferecidas nas campanhas de vacinação.

De modo complementar, os órgãos de vigilância sanitária devem ter atenção redobrada para apontar novos casos e fazer os devidos bloqueios vacinais nas áreas onde forem encontrados. Aos médicos, cabe a responsabilidade de se capacitar para fazer o diagnóstico e atendimento da população, em especial de crianças e adolescentes.

Trata-se de um grande desafio para os profissionais da medicina, pois os mais jovens não tiveram contato direto com pacientes contaminados, o que pode, em algum momento, dificultar o reconhecimento de sinais e sintomas. Por isso, os documentos elaborados por sociedades médicas, como as de Pediatria, de Infectologia e de Clínica Médica, devem ser fontes de subsídios para os que quiserem ajuda.

Por sua vez, o Conselho Federal de Medicina (CFM) prepara uma série de videoconferências, com a participação de especialistas convidados, para abordar temas relacionados à vigilância epidemiológica e dar ao médico acesso a ferramentas fundamentais para cumprir seu papel com segurança e eficácia. Na junção de esforços, poderemos enfrentar o sarampo, garantindo saúde e vida para a população.

 

Palavra do Presidente publicada na edição nº 293 do jornal Medicina.

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