Escrito por Roberto Salles de Queiroz Muniz*

 

INTRODUÇÃO: O desafio do tratamento da dor neuropática nos pacientes, portadores de dor neuropática, associada às dores musculares e à dor, provocada pelas microfraturas dos corpos vertebrais, secundárias à osteoporose, nos pacientes da terceira idade, ou dos pacientes imobilizados no leito, por longos períodos, consiste em um dos maiores desafios nos consultórios dos ortopedistas e neurocirurgiões. Instala-se um círculo vicioso, nesses pacientes, que ao apresentarem as primeiras dores, tendem a se defender, adotando um comportamento antálgico, que, geralmente, está associado à inatividade, que leva a um agravamento da osteoporose, além de potencializar a atrofia muscular, por desuso. Esse fatores, agravam sobremaneira, o quadro álgico, que leva à uma maior inatividade. É fato preocupante a inatividade, principalmente, na terceira idade, por causar, além das alterações osteomusculares já citadas, ao congelamento das articulações e às infecções oportunistas, principalmente nos pulmões e no aparelho urinário, com grande efeito deletério, nesses pacientes, com a saúde já, comumente, bastante comprometida. Outro fato limitante dos tratamentos usuais, da dor neuropática é que, alguns dos medicamentos mais utilizados, não têm boa resposta nos idosos, além de poderem provocar efeitos colaterais, que os contra-indicam: por exemplo, corticóides em diabéticos e/ou hipertensos; antiinflamatórios em portadores de patologias digestivas, etc. O advento dos métodos minimamente invasivos nos alargaria horizontes, no sentido de tentarmos novas abordagens, com boa resposta e baixos riscos, embora os custos, ainda altos, limitem o universo dos tratáveis, não os invalida. Os tratamentos alternativos, tais como a fisioterapia, a psicoterapia e a acupuntura, nessa proposta, deixam de ser alternativos e tornam-se complementares e indispensáveis ao sucesso do método.

INDICAÇÃO: Os pacientes ideais, para propormos o protocolo, são os seguintes: 1º – Idosos, com osteoporose, artrose inter-facetária, com, ou sem, micro-fraturas dos corpos vertebrais e desidratação dos discos (que podem, ou não, apresentar protusões, ou, mesmo hérnias). 2º – Jovens e adultos, portadores de patologias incapacitantes, que os confine à cadeira-de-rodas, portadores das patologias descritas. A primeira consulta torna-se fundamental, que é quando deve ser estabelecida uma boa cumplicidade, sem a qual não conseguiremos uma resposta positiva, desses doentes, que, de uma forma geral, apresentam algum nível de neurose, já instalada. O paciente deve estar consciente que o tratamento cirúrgico minimamente invasivo é, apenas, uma parte do método, e, não, uma panacéia. A apresentação de outros doentes, já tratados, é uma boa forma de convencimento. O mínimo tempo de internação de, no máximo, 24 horas, somado ao fato de que o doente deambula poucas horas após a cirurgia, contribui muito, para a rápida adesão ao protocolo.

EXAMES: O exame mais importante é a Tomografia Computorizada, com reconstrução em 3D, que nos dá uma exata idéia do estado dos discos e das articulações inter-facetárias. Após a TC, devemos solicitar a ENMG, afim de determinarmos o padrão de comprometimento das raízes, além de podermos distinguir, alguma patologia sub-posta, e concomitante, de origem central ou metabólica. Exames pré-operatórios de rotina não devem ser negligenciados, apesar de utilizarmos a anestesia local ou, no máximo, a peridural, associadas a uma sedação leve, sempre realizada por Anestesista.

A ESCOLHA DOS PROCEDIMENTOS: Os procedimentos devem ser o mais abrangentes possível e, para tanto, segue uma relação patologia-procedimento: 1 – Hérnia discal. Nucleoplastia por radiofreqüência (é o método minimamente invasivo, percutâneo, potencialmente, menos agressivo). 2 – Artrose inter-facetária. Denervação facetaria, também, por radiofreqüência, tem a capacidade de diminuir muito a dor ocasionada pelo atrito articular. 3 – Fratura do corpo, por osteoporose. Vertebroplastia, preferencialmente, com balão inflável, por ser mais seguro e, durante o processo, nos oferecer imagens do padrão de redução da fratura, além de oferecer menos risco de embolia, além de manter o contraste dentro do balão, evitando, assim, o risco de choque anafilático. Com esses parâmetros, podemos intervir e conseguir bons e, até, excelentes resultados, no tratamento da dor neuropática, ocasionada por patologias associadas da coluna vertebral. Em alguns pacientes devemos associar todos os esses procedimentos, certos de que estaremos contribuindo para uma grande melhora dos sintomas.

EXERCÍCIOS ACESSÓRIOS: Preconiza-se, em primeiro lugar a natação (por ser realizado com gravidade zero, evitando trauma das articulações intervertebrais). Andar, em superfície plana, sem aclives ou declives, e com tênis apropriado à corridas (por diminuírem bastante os traumas articulares), deve se feito regularmente, e, sempre, com tempo pré-determinado, que deve ser aumentado gradualmente. Por fim, a hidroginástica, ministrada por profissional habilitado, também melhora, rapidamente, a recuperação do paciente.

CONCLUSÃO: O tempo de recuperação, embora seja bastante variável, é de aproximadamente 90 dias, e isso deve ser falado ao paciente, pois, de outro modo, a angústia poderá prejudicar os resultados. O emprego deste protocolo tem se mostrado de grande valia, principalmente, nos pacientes idosos, por apresentar baixíssimos índices de complicações, além de proporcionar-lhes um rápido retorno às suas atividades quotidianas, o que melhora a qualidade de vida. A melhor mobilidade e uma melhor interação com o seu meio (amigos, familiares, etc.), reverte o círculo vicioso em círculo virtuoso, dando-lhes melhores condições de sobrevivência, uma vez que a depressão, natural, que os acometia, tende a desaparecer e proporcionando um melhor desempenho muscular e das articulações.


* Roberto Salles de Queiroz Muniz é neurocirurgião.


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