Escrito por Antonio Carlos Bilo*



Ao adotarmos a expressão “Erro Médico” supõe-se que estamos incorrendo num equívoco, pois com a palavra “erro” a culpa já parece estar imputada. E ninguém pode ser considerado culpado sem que a denúncia seja devidamente apurada, como fazem os Conselhos em seu aspecto judicante. De qualquer forma, esta é a expressão que vemos na mídia diariamente.

E o que é erro médico? Erro médico é a conduta profissional inadequada que resulta em dano para o paciente. Pode ser caracterizada por imprudência (fazer o que não deveria ser feito), negligência (não fazer o que deveria ser feito) ou imperícia (fazer incorretamente o que deveria ser feito).

Não se deve confundir erro com acidente imprevisível ou mau resultado. No acidente imprevisível, há a intercorrência de força maior, que não pode ser prevista. Já o mau resultado, é o resultado incontrolável, que decorre do curso inexorável da doença.

E onde estariam as causas do erro médico? Vários são os fatores. A começar pelo aparelho formador, que hoje prima pela quantidade de Escolas Médicas e não pela qualidade. Somos o segundo país no mundo em número de escolas. A qualidade na formação do médico deve merecer a atenção não apenas do médico, mas sim de toda a sociedade.

À boa formação técnica deve ser adicionada uma formação ética adequada, que respeita o paciente como ser humano, pois acima de qualquer interesse deve estar a saúde e o bem estar de nossos pacientes, até porque nem sempre eles terão liberdade de nos escolher.

Acompanhada de uma boa formação técnica e ética deve estar a atualização permanente, o que permite oferecer o melhor da Medicina ao paciente.

No dia a dia as condições precárias de trabalho podem ser fundamentais na ocorrência do erro. Portanto, más condições de trabalho devem ser denunciadas pelo médico ao seu Conselho Regional, uma vez que não as denunciando ele se acumplicia indiretamente destas más condições e pode perder parte da razão em sua defesa.

Mas algo que é fundamental parece estar se perdendo ao longo dos tempos: a relação médico-paciente. Mesmo num infortúnio, se a relação com o paciente for boa, com presteza, carinho, atenção e cuidado adequados, normalmente não ocorre denúncia. E ouvir e confortar o paciente é nossa obrigação. Nesse aspecto, as médicas são menos denunciadas porque interagem melhor com o paciente, perguntam mais, permanecem mais tempo ao seu lado. Isso gera maior proximidade, fazendo com que o paciente sinta-se melhor cuidado.

Escolhemos livremente ser médicos e o paciente é a razão da existência da nossa profissão. Então, a melhor profilaxia do malfadado erro médico se faz com boa formação técnica e humanista, atualização permanente, condições de trabalho adequadas e boa relação médico-paciente, com o zelo e o cuidado que ele necessita e merece.


* É presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso do Sul (CRM-MS).


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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