Escrito por Marcus Sodré*
A obstrução nasal é um dos mais relatados sintomas da civilização, que pode aparecer motivado por fatores profissionais, alérgicos, traumáticos, infecciosos, tumorais ou mesmo fisiológicos.
O principal sinal da obstrução nasal é a respiração bucal, às vezes associado à sensação de boca seca, atingindo as crianças, adultos e idosos.
Quando a obstrução nasal passa a ser uma queixa contínua ou repetitiva, nós devemos estar atentos, pois as causas são variadas e não devemos usar as gotas nasais vasoconstrictoras porque elas irritam o tecido nasal, reduzem o olfato e tendem a causar dependência química alterando o ciclo nasal fisiológico, isto é, o nariz só passa a desobstruir com doses cada vez mais elevadas.
O paciente que sofre de obstrução nasal e respiração bucal tende a apresentar a face com olheiras, boca entreaberta, respiração mais ofegante, além de noites mal dormidas e roncos e possível apnéia, se configurando como um problema inclusive de saúde pública.
A obstrução nasal tem cura? Claro que tem! O que é importante é identificar a causa básica do problema para que o resultado do tratamento seja um sucesso. Identificar os locais de estreitamento ou obstrução nas vias aéreas superiores tais como desvios do septo nasal, hipertrofia de adenóides ou cornetos nasais inferiores, pólipos nasais, úvula hipertrófica e palato mole flácido, base de língua retroprojetada além das alterações da oclusão bucal e alterações da implantação dentárias. Como sabemos o enfoque para os casos de respiração bucal deve ser multidisciplinar com a participação do médico, ortodontista, osteopata e fonoaudiólogo.
O tratamento poderá ser com medicamentos antialérgicos, antiinflamatórios, lavagens nasais, vacinas e em muitos casos o tratamento cirúrgico, todos com ótimo resultado se bem indicados!
* É médico otorrino laringologista.
* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM). * Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60. |