Escrito por Isaias Levy
 
“Adoro o povo brasileiro e fico muito agradecido porque o Brasil me deu a liberdade, foi o primeiro país onde me senti um homem livre. Como médico cubano, a minha vida em Cuba era simples, com salário de 25 dólares ao mês e sem direito de viajar ao exterior. O governo cubano considera seus médicos propriedade privada.”  Estes são os trechos iniciais de longa carta redirecionada ao Conselho Federal de Medicina por um médico cubano que atualmente reside em Miami.
O dr. Gilberto Velazco Serrano descreve como acabou integrando as brigadas médicas cubanas enviadas à Bolívia em 2006, para receber um salário de 100 dólares mensais e um adicional de 50 dólares para a família – que ficou na ilha. Em 2007, conseguiu ir para os Estados Unidos.  Ele conseguiu refúgio junto ao consulado norte-americano em São Paulo, depois de frustradas as solicitações de asilo político ao governo brasileiro. Sua esposa foi proibida por três anos pelo governo cubano de viajar para aquele país, onde já moravam seus pais, cidadãos norte-americanos.
Mas o fato mais estarrecedor revelado por esse médico foi o Regulamento Disciplinar  da chamada Colaboração Médica Cubana à Bolívia, de março de 2006, e que deve se reproduzir em todas as “missões” cubanas no exterior. Dividido em 11 capítulos, o regulamento impõe aos “colaboradores internacionalistas” normas em que se destacam:
 – Existindo alguma relação amorosa com nativos, isto deve ser informado imediatamente, devendo estar de acordo com o pensamento revolucionário.
– Saídas após as 18h devem ser informadas ao superior imediato, detalhando o local, se terá companheiros cubanos ou contraparte nativa,  etc.
 
 – Fica terminantemente proibido sair do país onde estiver trabalhando, não sendo permitido cruzar fronteiras, mesmo muito próximas.
– Somente poderá ingerir bebidas alcoólicas quando existir alguma festividade nacional cubana, aniversários coletivos, despedidas de colaboradores.
 
Estes são alguns dos mandamentos do Regulamento Disciplinar, que poderíamos chamar de “decálogo da escravatura”. A eles se seguem as penas previstas no caso de descumprimento e que podem chegar à expulsão da missão, com repatriamento imediato a Cuba e, nesse caso, com o cumprimento de dez anos de suspensão para ser reintegrado a novo programa no exterior.
 
O programa Mais Médicos, “projeto do governo que existia havia meses e que estava sendo gestado como objeto de campanha do ministro da Saúde a governador de São Paulo”, no dizer do jurista Miguel Reale Júnior em entrevista ao jornal Zero Hora, edição de 22/09, está fazendo água pelo desinteresse dos médicos brasileiros diante das precárias condições de atendimento oferecidas pelos gestores.
 
Teimosamente, no entanto, o governo perseguirá o objetivo que se propôs desde há muito: a importação de mais e mais “brigadas cubanas”, cujos integrantes em breve também ficarão desiludidos com as dificuldades que enfrentarão.
 
É diretor do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul \9Cremers)
 
    

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