Escrito pela Profª Célia Maria Dias Madruga*

A morte faz parte da vida. Todos vamos morrer, esse é um fato natural quanto o nascer e o crescer porém a idéia de finitude nos deixa em constante ansiedade, o que resulta muitas vezes na negação e inaceitabilidade do que é inevitável. A imortalidade é o maior sonho do homem. Toda essa evolução da tecnologia aplicada na medicina tem como objetivo à realização deste sonho. O momento que pode ser precedido de sofrimento prolongado é muito polêmico por ter várias visões do ponto de vista ontológico e filosófico. É sobre a libertação do sofrimento da vida que nos leva a refletir sobre eutanásia, ortotanásia e distanásia. A bioética e as crenças religiosas são essenciais para a humanidade quanto à escolha e aplicação destas finalizações.

Eutanásia, consiste na prática da morte visando atenuar os sofrimentos do enfermo e de seus familiares, tendo em vista a sua inevitável morte, sua situação incurável do ponto de vista médico. Hoje muito discutida e, já legalizada pela Holanda, a eutánasia é considerada ilegítima.

Distanásia, trata-se da atitude médica que, visa salvar a vida do paciente terminal submetendo-o a grandes sofrimentos. Na Europa, fala-se em “obstinação terapêutica”, nos EUA, “futilidade médica’. No Brasil, assim como em outros países, conhecemos seu emprego nas unidades de terapia intensiva”. A quem interessa este tipo de conduta? Certamente não é ao paciente que na maioria morre nos hospitais, na frieza dos cuidados intensivos não mais necessários na reversão da patologia.

Ortotanásia significa “morte no tempo certo”, sem prolongamentos desproporcionados do processo de morrer. Consiste na aceitação de que a vida tem um fim e que a morte é um fenômeno natural.

É essencial dar qualidade á vida terminal, através da ressocialização da morte, dos cuidados paliativos e da terapia de acompanhamento. Na ressocialização o paciente quer nos hospitais ou no seu lar, morre envolvido no amor dos seus familiares. Os cuidados paliativos constituem uma obrigação na assistência aos pacientes terminais. O acompanhamento pelos profissionais de saúde promove confiança e aceitação serena da morte.

Sobre estas atitudes devemos refletir para não fugirmos dos objetivos da medicina e dos preceitos religiosos de cada pessoa. Nas escolas de saúde nos ensinam sobre o nascimento, doenças e condutas terapêuticas, porém não nos educam sobre a morte, o que nos deixa despreparados para uma fatalidade comum na vida do profissional de saúde.

Morrer com dignidade é ser respeitado como ser humano pleno de corpo, alma e espírito. Se tivermos dificuldades na compreensão do direito de morrer de forma digna, é apenas necessário lembrar-nos que para nós a morte também faz parte da vida.

* É médica nefrologista.

* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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