Mário Henrique Osanai*

 

O desejo infantil de ser médico quando crescer causa uma emoção paradoxal. Na sua sinceridade ingênua, a criança quer fazer o bem, cuidar de pessoas, salvar vidas. Não há expectativa de ganhos financeiros nem da privilegiada posição social de outrora: trata-se da visão romântica da profissão que nas últimas décadas vem absorvendo os efeitos de sucessivas crises e decisões equivocadas. A realidade mostra a crise na saúde que repercute na atividade médica e na vida da população. Hospitais fechando, postos abandonados, carência de profissionais, má remuneração, gestão inadequada e corrupção são notícias há anos. Faltam medidas verdadeiramente eficazes. As instituições competentes devem agir em benefício da sociedade, e é imperativa a apuração de responsabilidades, com correção dos desvios e aplicação justa de eventuais penalidades. Esse quadro lamentável atinge quase toda a população, inclusive (e principalmente) os médicos que, a exemplo daquela criança, ainda acreditam na arte da medicina.

E é para esses médicos que hoje não se deve falar em crise, em caos nem em qualquer perspectiva negativa, pois são esses abnegados que, cuidando de gente, fazendo o bem e salvando vidas, mantêm a chama para os futuros profissionais e, provavelmente, para toda uma nova sociedade. É hora de homenagear todos aqueles que perseveram em seu ofício, trazendo alento aos pacientes e seus familiares nos momentos mais difíceis e críticos de sua vida. Então que recebam o mais sincero agradecimento no dia de hoje e que, ao menos por um dia, essa maioria dos médicos seja reconhecida e louvada por não sucumbir ao mercantilismo e à corrupção que, lamentavelmente, ainda norteiam alguns indivíduos que tentam macular essa profissão tão nobre e digna. Que tenhamos mais médicos com o sonho da criança e com a maturidade de uma sociedade consciente e cidadã e que possamos comemorar melhores dias, com mais saúde e uma vida melhor para todos. Parabéns e obrigado!

 

*Médio cancerologista e Médico Fiscal Sênior do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (CREMERS).

Artigo de opinião publicado no Jornal do Comércio, edição do veículo gaúcho impressa em 19 out de 2015.

 
    

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