Mario Louzã*

 

“Achava que psiquiatra era coisa de gente louca, mas aprendi que não”, declarou a apresentadora Ana Hickmann recentemente, durante uma entrevista. Ana se referia ao estresse que sofreu durante o episódio em Belo Horizonte, quando seu quarto de hotel foi invadido por um fã armado. Ela precisou buscar ajuda especializada com um psiquiatra para superar o trauma.

A declaração da apresentadora não é um caso isolado. Em pleno século XXI, numa era em que temos acesso facilitado a todo tipo de informação, ainda há pessoas que relacionam transtornos mentais à loucura.

Lembrando que o termo “loucura” era largamente usado para toda condição da mente humana caracterizada por pensamentos tidos como anormais pela sociedade. Com o passar dos anos e, enfim, com a Lei de Reforma Psiquiátrica (nº 10.216/2001), os portadores de transtornos mentais passaram a ter proteção e direitos em favor de diagnósticos específicos de doença mental ou psicopatologia.

No entanto, o preconceito com doenças mentais e terapias ainda persiste. Isso acaba intimidando e impedindo portadores de transtornos mentais de buscar tratamentos adequados e bem estabelecidos para doenças como depressão, ansiedade, transtorno de pânico, estresse pós-traumático, entre outras.

A depressão, por exemplo, tida como a “doença do século XXI”, será, até 2020, a principal razão no mundo todo a incapacitar indivíduos, segundo a OMS. Hoje em dia, mais de 120 milhões de pessoas sofrem com depressão no mundo. Só no Brasil são cerca de 17 milhões, e aproximadamente 850 mil morrem por ano em decorrência dela (normalmente por suicídio, overdose de drogas ilícitas, consumo exagerado de álcool, entre outras razões).

Ela se caracteriza por vários sintomas: tristeza profunda e contínua, apatia, desânimo, perda do interesse pelas atividades que gostava de fazer, pensamento negativo (ideias de fracasso, incapacidade, culpa, pensamentos de morte), alterações do sono, falta de libido e de apetite, entre outros.

E mesmo com tantos casos de depressão divulgados na mídia, as pessoas ainda associam a depressão à fraqueza de caráter, e acham que podem resolvê-la apenas com “força de vontade”. A verdade é que a depressão tem uma base neurobiológica, decorrente de um desequilíbrio do funcionamento de alguns neurotransmissores no cérebro.

Daí a importância de procurar ajuda médica quando os sintomas descritos se manifestarem. O tratamento da depressão envolve antidepressivos associados à psicoterapia. Vale frisar que a depressão é sim uma doença grave, que pode se tornar crônica, e deve ser tratada.

Assim como a depressão, os transtornos de ansiedade, de pânico, de bipolaridade, ou as inúmeras fobias que muitas pessoas têm são doenças como qualquer outra, igualmente exigindo tratamento com terapia e, possivelmente, medicações específicas.

Vencer os preconceitos sobre psiquiatria e buscar ajuda especializada é a melhor forma de tratar os transtornos mentais. O especialista fará uma avaliação detalhada para fazer o diagnóstico e irá indicar o melhor tratamento. É o caminho mais curto para superar a doença, recuperar o bem-estar e a qualidade de vida.

Portanto, antes de fazer um julgamento sem conhecimento de causa, busque informação e esclareça as dúvidas com um profissional médico. Só assim a doença mental deixará de ser tão estigmatizada.
 

 * Médico psiquiatra e psicanalista. Doutor em medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha – CRM-SP 34.330.

 

* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).

 

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