Escrito por Isac Jorge Filho*
 
    O governo resolveu fazer uma “blitz” contra a medicina e os médicos brasileiros. Por trás disso há um tudo, que não vale nada. Algumas determinações são tão absurdas que se Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) ainda fosse vivo teria colocado o conjunto como fazendo parte do “perigo terreno da galhofa”.
 
Uma delas, sob o pretexto de fixar médicos em pequenas cidades, oferecia, ao fim de dois anos de “estágio” 20% de vantagens nas notas dos exames feitos para médico-residentes. Parece piada: você diz que quer fixar médicos em pequenas cidades e acena com um “prêmio” para eles saírem para fazer residência em Centros maiores.
 
A análise fica pior quando você a aprofunda: nos dois anos iniciais os médicos oferecem sua experiência aos pobres das cidadezinhas, ou seja, experiência nenhuma, e quando acumulam experiência, às custas do sacrifício dos pacientes, vão fazer residência e levam a experiência para os centros maiores. É o Robin Hood ao inverso.
 
As incoerências não param por ai. Ontem tivemos uma reunião no Centro Médico, quando um colega relatou sua experiência quando, de uma penada, a carreira de sanitarista foi extinta. Desempregado, foi para uma pequena cidade do sertão (vamos chamar de Santa Cruz do Deus me livre).
 
Ao longo dos meses notou que o cemitério da cidade, que estava quase vazio quando chegou, passou a ser ocupado de forma relevante. Antes que alguém o criticasse explicou que o que ocorreu foi que os doentes graves das redondezas ao tomar conhecimento da chegada de um médico passaram a procurá-lo.
 
Acontece que ele é um médico e não um mágico e para trabalhar com o nível de eficiência necessário precisava de uma infraestrutura que assegurasse uma equipe de saúde e equipamentos que permitissem exames complementares. Como estava sozinho era de se esperar que os resultados fossem ruins, como de fato foram.
 
Passemos para a proposta atual: a incoerência governamental não fala em equipes de saúde, mas centra todos os problemas na insuficiência no número de médicos. Incoerentemente não fala em qualidade e não quer nem saber de avaliar os médicos estrangeiros que pretendem contratar.
 
O que importa? Desde que não seja para tratar riscos, parentes, amigos e correligionários “meio” médico basta. Não importa se não entendem sua língua e se não conseguem ser aprovados em exames básicos de conhecimentos, habilidades e atitudes.
 
 
* É conselheiro e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
 

 

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