Escrito por Jecé Freitas Brandão*

 

O jornal Folha de São Paulo, edição de 29/03/2014, trouxe caderno especial sobre o Fórum da Saúde no Brasil. Pesquisas (Datafolha) publicadas e informações de técnicos da área denunciaram a péssima qualidade da assistência prestada pelo SUS. Concluiu-se que “a desorganização é a síntese do estado do setor saúde. O Brasil precisa de mais medicina, medicina melhor, e não só de mais médicos”.

Para 45% dos brasileiros, saúde é o principal problema do país, seguido de segurança (18%), corrupção (10%), educação (9%), desemprego (4%) e a miséria (2%). No primeiro ano do governo Lula, apenas 6% dos brasileiros apontava a saúde como principal problema. Agora, após 11 anos no poder, o PT “descobre” que faltam médicos no SUS e, às vésperas de eleições, desencadeia aventura desesperada em busca do tempo perdido.

Conforme citado no caderno especial, o Programa Mais Médicos ampliou o primeiro acesso, mas evidenciou longas esperas para procedimentos e consultas com especialistas. Sobre isso, o ministro da saúde Arthur Chioro disse: “…hoje a gente vive um estrangulamento exatamente na área da atenção especializada”.

Tem razão o ministro Chioro. Está na crônica insuficiência e sucateamento da média complexidade, o entrave ao funcionamento do SUS. Hoje, uma mera cirurgia de hérnia inguinal demanda encarar filas cruéis e intermináveis. Mas, se você for protegido de político, uma intermediação inescrupulosa lhe permite acesso imediato, em troca do voto. É também, por isso, que, com frequência, líderes políticos se posicionam contra a carreira de estado para o médico, já que, com a estabilidade trabalhista, este profissional ficaria imune a esta manipulação eleitoreira.

Na verdade, o SUS não funciona também pela incompetência de gestão constatada pelo estado de penúria que se encontram os serviços públicos. Sem falar nos desvios dos recursos da saúde pela corrupção. Além da redução da participação da União nos custos da saúde, que em 2000 financiava 60% e, atualmente, baixou para 45%. Este cenário trágico precisa mudar urgente.

 

* É médico gastroenterologista, representante da Bahia no Conselho Federal de Medicina (CFM) e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremeb).

Artigo publicado no jornal regional A Tarde, da Bahia, em 28/04/2014.

 
    

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